Folha branca pede palavras... Pede preenchimento! Pode ser coisa simples, tão simples quanto o amor, Ou algo complexo, difuso, disforme, Que por ironia é também como o amor! Folha branca pede palavras, palavras soltas, espalhadas Como cacos de vidro de um copo quebrado Que servem, para as belezas pequenas, como espelhos! Belezas das trevas espelhadas em luz se invertem! Folha branca pede, como coração vazio, O sentimento ausente, a dor e o prazer, Bomba de duplo pavio, que a deixa confusa... Qualquer palavra serve a essa folha, Qualquer paixão daria igual efeito a um coração? Palavras cobriram mais uma folha... Mas as paixões ainda não cobriram, nem nunca cobrirão, Esse espaço vago, imenso como o céu, que você deixou, Quando as palavras de teu amor foram extraviadas! Quando as letras de teu nome se tornaram letras ocultas Na vastidão enorme das dúvidas que todos me perguntam: Onde te verei novamente? Quando te verei novamente? Será que você não é uma ilusão? Um sonho de amor vale a pena? Mas, sinceramente, isso não me interessa... Sei que minha tela só será pintada pelas tuas mãos, Teus pinceis, teus lábios, tuas tintas de cores vivazes, só por você. Folha branca, coração em branco, pede cores... Tuas cores, Amor! Nota do Editor: Edgar Izarelli de Oliveira é poeta e escritor. Trabalha como ator e diretor de marketing para a Compania Nóis se Nóis não é Nóis. Mantém o blog Palavras d’Alma (edizarelli.blogspot.com).
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