Minha reverência, com um ramalhete de jasmins, aos que faleceram e aos que fazem uma travessia no caos das conseqüências de terremoto + tsunami. Alguns dias após a tragédia no Japão, inclino-me a esse povo com um ramalhete de jasmins A essência do jasmim, no significado das flores, nos desperta amabilidade, graça e elegância. Reverencio essa cultura por serem os únicos que a meu ver estão preparados para viver uma catástrofe e ensinar à humanidade sobre a importância da formação espiritual. Não identifico outra cultura que neste momento pudesse ensinar tanto para uma humanidade que ainda vive na competitividade, na lei da vantagem pessoal. Ensinaram-nos ao sofrerem as conseqüências da primeira bomba... Pelo visto não aprendemos... Diante do caos, após a reação emocional natural aflorada pela força da natureza, vimos atitudes que revelam a presença de valores profundos: respeito ao que é do outro (não houve saques), cooperação, organização nas filas, humildade, serenidade, paciência e fé. Espiritualidade não é ritual, leitura de obras esotéricas, fazer uma prática de serviços humanitários... Essas práticas são, apenas, caminhos que poderão ou não estar presentes naqueles que se dizem espiritualizados. Espiritualidade é um estado de consciência onde o foco de cada expressão verbal, emocional e física está no bem de todos, incluso daquele que a expressa. É o desenvolvimento do ser integral, pleno de gestos nutridos na consciência do Amor Maior. Em 2001 fomos estremecidos com a queda das Torres Gêmeas. Dez anos após essa tragédia somos estremecidos pelos riscos na Usina nuclear de Fukushima. Espero que não precisemos de maiores estremecimentos! Que todos os países reflitam e revejam os investimentos sobre programas de energia nuclear e avaliação de onde são benéficas e onde devem ser substituídas por novas soluções energéticas. Que a partir de agora sejamos mais humanos e menos deuses nas nossas relações com os outros e com a Terra. Que tenhamos a humildade de reconhecer que não sabemos ouvir a nossa voz interior e nem ouvir os outros. Que nos tornemos conscientes de nossas palavras, atitudes e reações que muitas vezes são verdadeiros terremotos e/ou tsunamis para as outras pessoas e, inclusive, para nós mesmos quando negamos a nossa essência divina. Nota do Editor: Erica Brandt é psicóloga e terapeuta.
|