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Comportamento
21/03/2011 - 06h15
Gay brasileiro conta segredos sexuais em blog
 
 

O autor do site revela que desde criança sentia que era diferente dos outros meninos. “Nunca gostei de jogar bola, por exemplo, e quando o fazia tinha dificuldade em ser agressivo - necessário nesse tipo de jogo. Eu me sentia ’estranho’, mas não sabia exatamente o que me fazia sentir aquilo. Não existia, em plena infância, a noção exata do que era o sexo, ou o que ato sexual significava. Não sentia atração física por meninos ou por meninas. Fiquei um tempo meio que neutro. Com a chegada da adolescência, em plena atividade hormonal, comecei a me sentir mais estranho ainda. Nessa oportunidade, já sentia desejo de me aproximar de garotas e de garotos. Mas como eu não tinha nada definido ainda na cabeça, preferia ficar longe de ambos”. O blog (www.gayrotodeprograma.blogspot.com) é assinado sob o pseudônimo "GayRoto de Programa".

A promessa é transformar as aventuras e desventuras em um livro. No blog, alguns capítulos já estão disponíveis, de graça:

“Na tentativa de entender o que se passava comigo, na descoberta da sexualidade, me isolei das pessoas e estudei muito, tirei notas boas na escola. Sempre andava sozinho, brincava sozinho, vivia sozinho. Apesar de ter sete irmãos, minhas atividades ou eram solitárias ou quando envolvia mais pessoas eu sempre era o mandão, o chefe.”

“Cresci e o desejo sexual começou a mexer com minha cabeça e personalidade. Eu via meus irmãos namorando garotas, e minhas irmãs saindo com rapazes. Eu sentia atração mais por rapazes nessa época e aquilo era um tormento para mim, pois eu sabia o que estava reservado para pessoas como eu: o escárnio e a solidão, já que todo mundo recriminava aos gays assumidos que passavam pela rua. Eu nem sabia se eu era gay ou não. Mas tinha medo de sabê-lo. Escondia até de mim mesmo esta descoberta. Fugi, fingi, corri para o mundo introspectivo e me refugiei por lá. Anos se passaram e o desejo só aumentava: namorar ou fazer sexo com rapazes. Veio a fase da masturbação, em que eu me contentava com figuras masculinas de revistas como Hermes e Avon. Espreitava aos meus amigos pelas gretas da janela de minha casa e me deliciava imaginando eles me penetrando e me namorando. Ao mesmo tempo que o desejo era forte, era forte também a repulsa por tudo aquilo que eu sentia. Após o ato da masturbação, vinha o remorso, vinha a culpa.”

“A igreja católica e a formação religiosa que eu tive me cerceava ainda mais o direito de pensar em ter uma vida diferente, alternativa. A convivência com pessoas preconceituosas e discriminadoras, por todos os lugares onde eu passava, me reprimia ainda mais o desejo de ser aceito e ser feliz do jeito que eu era. A luta era insana e eu perdia uma batalha por dia. Cheguei ao ponto de tentar me desvencilhar da vida, na intenção certa de livrar-me de mim mesmo e do desejo ’pecaminoso’ por homens. Tentei o suicídio por duas vezes, e por duas vezes fui remetido de volta ao planeta castigo. Aqui permaneci, estudando, aprendendo o que se passava comigo, mas nada me confortava.”

“Minha primeira experiência sexual foi com uma mulher, aos dezoito anos. Frustrante e ao mesmo tempo prazeroso, aquilo significou para mim uma redenção, uma prova de que eu poderia ser ’homem’ (gay), mesmo sentindo tesão e desejo por outros homens. Foi um motivo forte para eu continuar a lutar contra minha natureza e contra meu instinto. Permaneci nessa guerra interna por cinco anos, tendo inclusive me apaixonado várias vezes por mulheres e consumado o ato do casamento civil. Por anos mantive segredo de minha paixão por machos, até que um dia minha mulher descobriu uma carta minha para um rapaz carioca. Nosso casamento não se desfez por isso, pois ela entendia e aceitava a minha vida dupla, desde que eu mantivesse as aparências e que continuasse casado e dando assistência de um marido ’normal’. Fiquei nesse dilema por alguns meses, até decidir abandonar aquela farsa e partir para curtir o que eu realmente gostava: uma vida ao lado de outro homem.”

“Enfrentei brigas internas na família, preconceito e discriminação velada de amigos e familiares, colegas de trabalho e vizinhos por anos a fio. Resolvi ’fugir’ daquilo tudo, mudando de Jequié para Salvador. Vivi a ilusão de ser aceito numa cidade grande e ’evoluída’, até que descobri que eu não tinha nenhum lugar ao sol no mundo dos héteros. Vivi iludido por anos, amando ou achando que amava homens, sendo usado por uns e por outros. Ainda enfrento preconceito e discriminação todos os dias, mas hoje já tenho consciência de que essa luta não é para ser ganha numa existência humana. É uma guerra para milênios. Talvez para sempre!”

“Apesar dos ganhos e perdas na vida alternativa que levo, ainda assim prefiro manter-me em minha luta constante para aceitar-me pessoalmente e ser aceito por uma sociedade que é hipócrita em todos os sentidos. Espero que um dia eu vença essa guerra.”

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