Aplicação correta da “Onda verde” pode melhorar o trânsito das grandes avenidas
Quando falamos em alternativas para melhorar o trânsito dos centros urbanos, segundos podem fazer toda a diferença na fluidez de uma avenida expressa. E isso fica ainda mais evidente quando observamos falhas de sincronismo na chamada “onda verde” – uma programação específica para uma sequência de semáforos. Se bem aplicada, esta programação pode melhorar sensivelmente o trânsito das grandes avenidas. A onda verde é o resultado da tecnologia aliada a uma boa engenharia de tráfego para garantir o sincronismo dos semáforos. O motorista sai de um cruzamento em uma avenida, e na medida em que se aproxima do cruzamento seguinte, o semáforo abre. O fenômeno se repete nos demais cruzamentos, permitindo que os veículos façam grande parte do trecho com “onda verde” sem ter que parar, considerando-se uma velocidade razoável. Infelizmente, nem sempre a onda verde funciona adequadamente. Um dos principais motivos são os relógios desajustados dos semáforos. Um dos obstáculos que muitas cidades enfrentam para implantar a “onda verde” nos cruzamentos de suas vias é a necessidade de interligar todos os semáforos a uma central ou equipamento que coordene os tempos de abertura e fechamento. Se for feita por cabeamento convencional, esta interligação normalmente tem custo elevado, dificultando a aprovação da obra. Contudo, já existe no Brasil uma tecnologia para garantir o sincronismo dos semáforos com precisão de milésimos de segundos e que dispensa as obras de cabeamento. Trata-se do sincronismo por GPS (via satélite). De forma bem simplificada, os dados necessários para o ajuste dos relógios dos semáforos são obtidos de um satélite, garantindo a sincronia desejada. Levando em conta que a tecnologia já resolve uma das variáveis desta equação, resta aos departamentos de trânsito das cidades investirem em um bom planejamento do tráfego. Aí está outro componente que pode acarretar problemas para uma avenida com “onda verde”, se não for devidamente estudado. Sem uma programação que contemple as variações de volume de veículos ao longo do dia, pode ocorrer uma “liberação” da avenida principalmente à noite, elevando a velocidade média da via e aumentando os riscos de acidentes graves. Eis porque os engenheiros de trânsito estudam cuidadosamente o volume de veículos em circulação nas cidades. Como se observa, a integração dos esforços de engenharia de tráfego com a tecnologia é a chave para a melhoria do trânsito das grandes cidades. A “onda verde” é apenas um exemplo. Conta a favor deste trabalho de aprimoramento do trânsito urbano o avanço tecnológico do Brasil, que hoje já domina os sistemas inteligentes de controle de tráfego e outras ferramentas tecnológicas, a um custo bastante competitivo. Nota do Editor: Romeu Bosse é gerente comercial da Brascontrol.
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