Saudades sinto da minha infância primeira Quando o futuro era só brincadeira, Quando na vida não havia fronteira E podia sonhar a noite inteira! Saudades sinto, dos primeiros amores, Do despertar de meu coração Quando minha maior ambição Era poder pegar sua mão E beijar-lhe a face... Verdadeira carícia, Sem nenhuma malícia, Aproveitando a vida, seus primores, Sem quaisquer desses temores, Sem ter que fazer preces! Saudades sinto, dos amigos de outra hora, Aqueles que o tempo levou estrada a fora, Só os vejo em retratos, foram todos embora. Mas tenho bons amigos ainda agora, Para colorir desse jardim a flora! Saudades sim, saudades sinto, Das primeiras paixões da mocidade, De como as tratava com vaidade, Meninas já moças na idade, Mas eram meninas ainda em verdade, Meninas daqui e de outra cidade... Namorei delas a sensualidade Daqueles sorrisos de generosidade Que me traziam felicidade, Pra depois abrirem uma lápide De mármore extinto E ali me trancarem até a eternidade. Mas, com tantos pesares, Valeram os prazeres! Saudades sim, saudade sinto, Daqueles sonhos meus: Carros com asas não pneus, Luas sem aqueles véus, Nuvens doces daqueles céus, Um mundo profundo, Que puxava para o fundo, Desse meu infinito! Saudade sim, dos tempos que se foram, Das eras que passaram, saudade, Só saudade, apenas saudade, é verdade! Nota do Editor: Edgar Izarelli de Oliveira é poeta e escritor. Trabalha como ator e diretor de marketing para a Compania Nóis se Nóis não é Nóis. Mantém o blog Palavras d’Alma (edizarelli.blogspot.com).
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