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03/01/2011 - 06h34
O que fazer com um sem-noção?
José Ronaldo dos Santos
 

Infelizmente faz parte da minha vizinhança um autêntico sem-noção que, há quatro dias, está estourando fogos sobre as nossas cabeças. Quem sofre com essas explosões? Os cães, sobretudo os cães padecem porque possuem uma incrível sensibilidade auditiva. Eles procuram se esconder pelos cantos, mas de nada adianta porque os estouros são potentes. Eu que já sofri demais com dores de ouvido imagino a dor desses animais; sinto-me no direito de defender os bichos, sobretudo esses que são tão próximos de nós. É uma crueldade despercebida? Ou desconsiderada, como se a vida dos outros animais ocupantes deste planeta não tivesse nenhuma importância? Além desse particular (sofrimento dos animais), imagine o efeito disso sobre o sono das crianças, dos idosos ou de doentes. (E o infeliz tem uma criança em casa!) O pior de tudo é que têm crianças e adolescentes admirando esse procedimento, ou seja, logo copiarão tal exemplo. Desse modo ocorre a multiplicação dos sem-noção. Onde está a educação e o respeito a todos os seres, a tal ética planetária? O que fazer para coibir tais exemplos? A polícia pode intervir em “comemoração de sem-noção”?

Eis mais um desafio para a educação formal. Quem sabe a escola pode quebrar a dinâmica de multiplicação dos sem-noção e mostrar que há uma interdependência entre tudo e todos neste mundo. Eu me sinto responsável pela vida do planeta e pelo aperfeiçoamento da vida em sociedade. Aguardando manifestação das pessoas conscientes, dos grupos organizados e/ou institucionalizados novamente pergunto: o que fazer para coibir tais exemplos? A minha finada tia Izolina diria: “praga eu não rogo, mas bom fim não há de ter”.

Um abraço a todos e muita força para enfrentar os sem-noção no cotidiano.

José Ronaldo dos Santos
ronaldo.jrszero@gmail.com
Ubatuba, SP

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