Quando um certo número de fenômenos não pode ser explicado pela razão, é necessário um apelo ao irracional. Jogar os dados para ter uma indicação. “Jonas” simboliza o homem que se restringiu às preocupações materiais e soluções práticas, e renegou a dimensão espiritual. É o homem que em cada um de nós deseja voar sem deixar de ter os pés na terra. É o homem espaço-tempo que pode abrir-se à transcendência, mas que se fecha a esta transcendência e corta suas próprias asas ou outros a cortam. É a pomba com as asas aparadas. “Jonas”, o arquétipo do homem contemporâneo, para quem só existe o que ele pode compreender com a razão e os cinco sentidos. Não existe nada além disso. Sua voz interior, que vem de um lugar mais profundo, ele não quer escutar, assim optando por ouvir os ditames das vozes exteriores. Nele está o medo da diferença. O medo de ser único, o que implica numa adesão à sua vocação profunda. O que pede que não fiquemos mais adormecidos? O que é que nos pode colocar de pé? O que é que pode fazer de nossa vida uma inspiração? Quantas perguntas que o outro não nos pode responder. Escutar o desejo que se enraíza no melhor de nós mesmos. Escutar na contemplação e também na ação é a proposta da Jornada do Arquétipo de Jonas. Tudo se enraíza na contemplação: antes de fazer, devemos Ser; será a qualidade do Ser que dará qualidade às nossas ações. Nota do Editor: Erica Brandt, psicóloga e psicoterapeuta é especialista em Psicologia Transpessoal. Atende há mais de 30 anos em consultas particulares e eventos organizados ao público.
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