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Brasil
28/11/2004 - 19h13
Brasil produz 850 mil toneladas de tabaco por ano
Irene Lôbo - ABr
 

O Brasil é o país que mais exporta tabaco no mundo e é o segundo maior produtor (850 mil toneladas que correspondem a US$ 1,5 bilhão ao ano), ficando atrás apenas da China (2 milhões de toneladas). A Índia, que está em terceiro lugar (700 mil toneladas), foi o único país entre os grandes produtores a assinar a Convenção-Quadro para Controle do Tabaco, proposta pela Organização das Nações Unidas, que estabelece regras rígidas contra o tabagismo.

Na opinião do presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Hainsi Gralow, a Convenção-Quadro só poderá ser ratificada depois que for criada uma atividade substituta ao fumo que gere o mesmo rendimento aos agricultores.

"Poderemos experimentar diversas outras culturas indicadas pelo governo, mas para isso precisamos de um período de teste de dez anos para ver se realmente os produtos sugeridos são capazes de substituir o tabaco", afirma Gralow. Ele afirma que se o Brasil assinar o tratado neste momento, vai estar ratificando o acordo junto com países totalmente dependentes e que não produzem fumo.

Segundo a Afubra, um hectare de tabaco rende uma receita em torno de R$ 8 mil a R$ 10 mil. A mesma quantidade de feijão plantada rende R$ 1.300, e de milho, R$ 1.200. Dados da associação indicam que o setor movimenta cerca de R$ 4 bilhões por ano no Brasil e garante o sustento de 200 mil agricultores da região Sul do país e de mais 30 mil na região Nordeste. A região Sul concentra 90% da produção, com cerca de dois milhões de hectares tomados pelo tabaco.

"Além disso, temos um mercado internacional altamente promissor para o fumo. Cerca de 80% do fumo produzido no Brasil é exportado, e nós não precisamos nos precipitar", complementa.

Hansi afirma que reconhece que o fumo causa problemas de saúde, mas chama a atenção para o problema social do fim do plantio de tabaco. "O fumicultor não planta fumo porque gosta de fumo, ele planta porque esta é a sua maneira de sobreviver".

Brasil perde 200 mil pessoas por ano em decorrência do fumo

O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) um problema de saúde pública global e a segunda maior causa de mortes no mundo. O total de mortes devido ao uso do tabaco já atingiu a cifra de cinco milhões de mortes anuais, o que corresponde a mais de 10 mil mortes por dia. No Brasil, cerca de 200 mil pessoas morrem anualmente em decorrência do cigarro, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

As estimativas da OMS apontam que existem 1,3 bilhão de fumantes no mundo. Metade deles, cerca de 650 milhões, morrerão prematuramente por alguma doença relacionada ao tabaco. As projeções do órgão mostram um incremento de 31% nas mortes relacionadas ao consumo de tabaco nos próximos 20 anos. Se isso for verdade, a quantidade de mortes anuais chegará a 10 milhões de pessoas em todo o mundo.

Os custos econômicos do uso do tabaco também são altos. Segundo a OMS, o produto gera uma perda líquida global de US$ 200 bilhões por ano e aumenta a desigualdade social, a pobreza e a desnutrição. Um terço dessa perda se concentra nos países em desenvolvimento, como o Brasil.

As graves conseqüências sociais e econômicas motivaram os países membros da OMS a sugerirem a adoção da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, primeiro tratado internacional de saúde pública do mundo. Para a diretora do programa da OMS Iniciativa Livre do Tabaco, a brasileira Vera Luíza da Costa e Silva, é essencial que o Brasil ratifique o tratado.

"Pelas 200 mil mortes que acontecem na população brasileira, por uma necessidade de promover a saúde pública e também porque questões como impostos e tabaco, o contrabando e a publicidade são questões que o governo isoladamente não tem como trabalhar sem fazer parte de um tratado internacional", afirma.

O presidente do INCA, José Gomes Temporão, acredita que a ratificação da Convenção é antes de tudo uma ação estratégica para o país e não se contradiz com a continuidade do plantio do tabaco.

"Temos que optar pela saúde pública e pela vida. É claro que a questão dos pequenos produtores tem que ser considerada, mas os temores que eles alegam na verdade estão sendo fomentados pela indústria, porque não existe nenhuma linha escrita na Convenção-Quadro que coloque em curto prazo qualquer ameaça a continuidade na produção de tabaco", afirma.

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