O Diário Oficial da União publicou na segunda-feira passada, 12 de julho, a aprovação do processo de concessão do projeto do trem-bala que ligará Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. A medida, anunciada pelo Conselho Nacional de Desestatização (CND), era o último detalhe burocrático que impedia a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) de publicar o edital de licitação. Ficou estabelecido que a licitação será feita por meio de leilão na BM&FBovespa, e o julgamento será baseado no menor valor da tarifa-teto (o valor máximo de R$ 0,49 por quilômetro). Também foi definido que a União constituirá uma empresa pública por ela controlada, que deterá participação acionária em Sociedade de Propósito Específico (SPE), a quem será outorgada a exploração da concessão. A menos que ocorram atrasos e imprevistos, o Brasil se tornará o primeiro país sul-americano com esse serviço. Trata-se de uma notícia auspiciosa, pois o trem-bala costuma levar progresso por onde quer que passe. Tanto é que o Japão, pioneiro nesse tipo de transporte – seu primeiro trem-bala tem 45 anos –, está investindo em sua expansão. A idéia é usá-lo para conectar todo o país. Hoje, os japoneses contam com 2176 quilômetros de linhas prontas e outros 589 quilômetros em construção. A experiência mostrou que o impacto é especialmente positivo nas cidades menores, pois a presença das estações favorece a migração de pessoas, ajuda a criar empregos e favorece a integração do município com o restante do País. Graças a esses fatores, o desenvolvimento econômico é mais acelerado. No Japão, a estratégia utilizada para criar um número maior de estações foi investir em três tipos de trens: o expresso, que liga grandes cidades sem fazer paradas; o intermediário, que para nas cidades principais; e um terceiro tipo, que para em todas as estações. Seguir esse modelo seria muito benéfico para o Brasil, que também deve se pautar pelo exemplo japonês na elaboração de um planejamento em níveis federal e municipal, de modo a garantir que as cidades envolvidas recebam de forma controlada o impacto das estações.
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