Não se pode negar o lado agressivo das pessoas
O termo “bullying” tem sua origem no termo inglês que significa intimidar. Hoje é usado para descrever a vitimização de uma pessoa por outra, com o intuito de demonstrar seu poder, através de agressões físicas ou verbais. De acordo com a psicóloga Ana Cássia Maturano, esse “é um fenômeno antigo, que está presente em todas as relações sociais”. Mas é nas escolas que o Bullying fica mais evidente. Apelidos maldosos é o exemplo mais emblemático do problema, que atinge crianças e jovens com características mais frágeis como ser tímido ou apresentar algum aspecto físico marcante, explica Ana Cássia. O fato é que pais e professores muitas vezes não sabem como lidar com o problema ou simplesmente ignoram-no, perdendo a oportunidade de resolvê-lo. Boa parte das vezes, atitudes consideradas inadequadas são reprimidas duramente, sem que haja uma reflexão sobre o que motivou a agressão. “O ser humano tem um lado agressivo e negá-lo ou colocá-lo no fundo de um poço não impedirá sua manifestação”, coloca a especialista. Aqueles que estudam o assunto defendem iniciativas de prevenção dentro do ambiente escolar. Ou seja, discutir abertamente o assunto para que os alunos entendam a dimensão de suas atitudes em relação a si própria e aos colegas. É preciso promover a reflexão sobre o outro, considerando-o parte de um mesmo universo e dotado de sentimentos. Isso faz parte do processo de formação crítica e social dos alunos e é um papel tanto da instituição de ensino quanto dos familiares. “As duas partes (escola e família) devem ajudar os jovens a se construir como pessoas, não só no que aprendem, mas como agem”, defende Ana Cássia. Recentemente, a filha de Monique Evans, Barbara Evans, sofreu um processo de bullying na faculdade onde estuda, cujo muro foi pichado com inscrições ofensivas a ela. No dia seguinte, Monique Evans publicou diversas mensagens no seu Twitter sobre o assunto, inclusive ameaçando os responsáveis. A história pode ter um final parecido com a que ocorreu em Belo Horizonte, na qual um jovem foi condenado a pagar a uma antiga colega de classe o montante de R$ 8 mil por ter praticado o bullying. O que importa, porém, é que se aqueles que causaram o problema entendessem a dimensão de suas ações, ambas histórias nem teriam ocorrido.
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