Quem é quem nos relacionamentos?
A mulher foi por muito tempo subjugada e o homem que era o provedor tinha total domínio da situação. Os tempos mudaram. O sexo feminino se emancipou lutou por seus direitos até então violados e conquistou um espaço justo no mercado de trabalho, e na vida como um todo. Ela saiu daquele estado de submissão total, pois sabe, hoje, reconhecer e respeitar os seus direitos e seus valores pessoais. Competente, criativa, sábia, ela administra a carreira, família, filhos, o lar, seu relacionamento afetivo, encontra espaço para prestar importante contribuição social e se cuidar. De modo geral, para tudo isso, o homem precisou ser confrontado duramente para dar a ela o seu lugar no mundo. Afinal, o mundo é nosso, de homens e mulheres. Este espírito de afronta e briga amedrontou aquele ser robusto, acostumado a ter o espaço todo para ele e a ser servido pela mulher integralmente. Hoje, vivemos um tempo em que estamos nos ajustando as novas condições, mas é preciso verdade para nos avaliarmos e fazermos os ajustes necessários para a felicidade geral dos casais. Vivemos na sombra do medo de estar errando em alguma coisa, já que a forma de homens e mulheres se relacionarem hoje é excessivamente livre e superficial e não faz uma completa felicidade. Dizer que é bom "ficar" cada dia com um novo parceiro - relacionamento totalmente sem compromisso, sem sentimentos, sem envolvimento - é conversa fiada. Estamos com medo. Sentimento compartilhado tanto por homens como por mulheres. O medo nos retrai, é natural. O homem aos poucos volta reconhecendo o terreno e precisa encontrar uma mulher pronta para lhe dar na medida justa a sua atenção, carinho, respeito, admiração e o seu insubstituível e importante lugar de "homem". Mas ela também tem medo de perder a sua justa liberdade de ser, conquistada e mantida arduamente. Daí nasce uma briga silenciosa onde cada um quer fazer valer a sua verdade. Os homens querem retomar o poder absoluto e fazer valer a sua verdade. A verdade da mulher, no entanto, também é verdadeira para ela e deve ser respeitada. Quando brigamos ninguém ganha, pois não há comunicação, não há troca. Respeitar não significa concordar, significa dar ao outro o direito de ter sua percepção. Por isso, discutir diferentes percepções sobre alguma coisa é saudável. É dar-se a oportunidade de aprender com o ponto de vista do outro. É ampliar sua visão. É ter mais compreensão sobre a questão. Para tanto é preciso conversar respeitosamente e com vontade sincera de entender o outro e não querer validar a sua opinião e invalidar a opinião do outro, isso não agrega, enquanto discutir é buscar o entendimento, um ponto comum, é somar, é caminhar para a felicidade. Chega de brigas e competições, não existe o mais importante, melhor ou maior. Existem apenas duas criaturas com modelos e visões de mundo diferentes, mas que podem se encaixar perfeitamente quando juntos - em gênero, número e grau - buscam esta opção. É importante criar uma atmosfera mais acolhedora, respeitosa e verdadeira, onde a possibilidade de ameaça é zero, quando cada um é a melhor expressão do seu próprio eu. Quando não há respeito por essa expressão, a ordem que rege o sistema relacional é ameaçada e o equilíbrio e a harmonia acabam com prejuízos para ambas as partes. Muitos relacionamentos terminam não por ausência de amor, mas pela falta de respeito que invalida a ordem. Em Constelações Sistêmicas - a mais efetiva terapia sistêmica da atualidade - dizemos que a ordem está hierarquicamente acima do amor. - Ora, se verdadeiramente tenho amor por você e por mim, mas falta-me o respeito por você ou por mim, estou inviabilizando a harmonia do sistema. Assim com o tempo, isto inconscientemente irá criar ressentimento, rebelião interna. Com o sistema comprometido pela insatisfação, vivenciaremos o oposto do amor que é o ódio. Nota do Editor: Roselake Leiros é couch de relacionamentos e de carreira e diretora da CrerSer Mais - Desenvolvimento Humano (www.crersermais.com.br). Palestrante, possui atendimentos individuais e em grupos, além de ministrar workshops.
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