As cicatrizes de amor são invisíveis aos olhos, As cicatrizes de amor sangram a cada recordação; Ave presa no peito em forma de um coração; A luz do seu olhar era um farol que me guiava nos mares da solidão; Rumo aos recantos dos seus doces encantos; Remando, nadando, me afogando em suas águas salgadas; As lágrimas, filhas da tristeza, fogem das faces sofridas se lançando rumo ao nada. Suicídio de paixão; O brilho dos olhos se apagando em luto. Velório pela falta do corpo, do cheiro, de sua boca (promessas de beijos ausentes), deixando nos lábios um sorriso acanhado. O silêncio tentando abafar os ecos do passado. Matar as lembranças, mutilar a mente; Aplacar o sofrimento com doses de esquecimento. As cicatrizes de amor são marcas de vida. Meu coração é formado de dores. É conformado nos muitos amores; Que ali fizeram seus ninhos; Voando para longe igual aos passarinhos. Nota do Editor: Antonio Brás Constante (abrasc@terra.com.br) é escritor.
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