O inverno chega no dia 21 de junho, às 8h28 no horário de Brasília, mas o frio se antecede à estação. Nesta semana é esperada uma grande massa de ar polar, com potencial de resfriamento digno de inverno. O sistema nem é o mais forte observado este ano, mas a sua principal característica, a continentalidade, lhe dá grande capacidade de derrubar as temperaturas no interior do Brasil. No dia 1º de junho os termômetros caem para perto ou abaixo de 5°C em quase todo o Sul do Brasil. Com tanto frio, o orvalho se congela e o dia começa branquinho, com geada. As exceções são as áreas litorâneas, que também têm frio, mas não tão intenso quanto no interior e sem formação de geada. Nas cidades bem frias do Paraná, como General Carneiro e Palmas, o dia começa com zero grau, e a geada pode ser de moderada a forte. Já nas áreas mais altas da região serrana do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina a situação é um pouco diferente. A previsão é de muita umidade, com céu nublado e possibilidade de chuva fraca. Assim, não se descarta a possibilidade de queda de neve. Na quarta-feira, 2 de junho, o tempo já abre e pode gear. O frio invade também parte do Centro-Oeste do Brasil e chega até o sul da Região Norte no dia 1º de junho. Em Campo Grande a mínima pode chegar perto de 6°C, e em Cuiabá, na entrada do Pantanal, o frio chega a 12°C. Mesmo no interior de São Paulo espera-se por frio, especialmente nas áreas que fazem divisa com o Paraná, com valores perto de 8°C ou 9°C, o que favorece as culturas de inverno que precisam de frio durante as madrugadas. A partir de 3 de junho (quinta-feira) a massa de ar frio perde força, mas não chega a esquentar. Porém ainda há mais por vir. A chegada de outra massa polar derruba os termômetros no dia 7. É frio sobre frio, isto é, a primeira massa polar provoca queda de temperatura e não há tempo para esquentar até a segunda, que entra reforçando o resfriamento. As primeiras previsões indicam formação de geada em todo o Sul do Brasil, no sul de Mato Grosso do Sul, nas áreas propícias do sul de Goiás e também no interior de São Paulo, no Sul de Minas e em pontos isolados da Zona da Mata de Minas Gerais. Este frio antes do inverno não é uma situação atípica, é até bastante comum. No ano passado isso também aconteceu. Também não é um indício de que teremos inverno rigoroso. No ano passado a estação foi sob o domínio do El Niño, o aquecimento anormal das águas do Pacífico, e o centro-sul do Brasil teve um inverno frio e úmido. Este ano será diferente. O El Niño não influencia mais e estamos em uma situação de neutralidade, caminhando para a influência da La Niña a partir da primavera. O inverno será frio, porém muito mais seco que no ano passado. Nota do Editor: Patricia Diehl Madeira é meteorologista da Climatempo.
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