Caminho, assoviando baixinho o “Stardust”, peito desnudo, pés no chão, por remoto bosque florido perdido nos confins do tempo, colhendo amoras e amores. Manhã de sol. Céu azul, sem nuvens. Brisa suave brinca em meu cabelo. Perfume adocicado de saudade recua relógios e traz, de volta, dias de remotas primaveras, quando a coroei de flores e fiz de você rainha dos meus sonhos. Os pés pisam tapete de musgos e sentem a umidade intensa da terra esfriada, molhada de ternuras. O orvalho, nas folhas e arbustos e corolas de rubras flores, tem iridiscências de estrelas que luzem no firmamento da paixão. Lembram o brilho dos seus olhos, límpidos, brilhantes, iridiscentes, molhados de lágrimas e de promessas. Borboletas multicoloridas, de variadas dimensões e matizes, esvoaçam sobre a minha cabeça, e trazem anseios e recordações. Horas transformam-se em dias, dias viram anos, lustros, décadas, enquanto caminho, assoviando, bem baixinho, o “Stardust”. Nota do Editor: Pedro J. Bondaczuk é jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance Fatal” (contos) e “Cronos & Narciso” (crônicas), com lançamentos previstos para os próximos dois meses. Blog “O Escrevinhador” – pedrobondaczuk.blogspot.com.
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