O Brasil tem muitas áreas com potencial para desenvolver unidades desse tipo. O assunto, ainda pouco conhecido por aqui, será debatido no 5° Salão do Turismo
O Brasil tem um potencial turístico ainda pouco explorado. São as regiões que agregam importância histórica, cultural, paisagística, geológica, arqueológica, paleontológica e científica - definidas pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como geoparques. O conceito é ainda pouco difundido por aqui. Mas quem quiser conhecer melhor o assunto não pode perder o debate "Desenvolvimento Regional: o papel dos Geoparks", que será realizado em 29 de maio, às 17h, no Núcleo de Conhecimento, durante o 5° Salão do Turismo - Roteiros do Brasil, no Parque Anhembi, em São Paulo (SP). O Brasil tem hoje apenas um geoparque - o do Araripe, no Ceará, que é o primeiro das Américas. O coordenador regional do Projeto Geoparks, em São Paulo (SP), Antonio Theodorovicz, explica que, para se enquadrar como geoparque, é necessário que a região possua excepcionalidade geológica com importância científica e características únicas. "A Unesco, com a criação dos geoparques, pretende preservar regiões que contam a evolução dos continentes, a herança geológica da Terra. E, ainda, aliar a preservação, necessariamente, ao desenvolvimento social e econômico dessas regiões por meio do Geoturismo", explica. Os geoparques têm importante papel no desenvolvimento econômico do território, e o turismo é uma alternativa de geração de renda para a comunidade. Com base no tripé conservação, educação e desenvolvimento sustentável, os geoparques estão organizados pela Rede Global de Geoparques (Global Geoparks Network), fundada em 2004, composta por 64 geoparques distribuídos por 19 países. Na mesa de debates, Theodorovicz representará o Departamento de Gestão Territorial da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), que tem atribuições do Serviço Geológico do Brasil. Por meio do Projeto Geoparks, a instituição busca a identificação, levantamento, descrição, inventário, diagnóstico e divulgação de áreas com potencial para futuros geoparques no território nacional. Participarão também o coordenador o coordenador executivo do Geopark Araripe, José Patrício Pereira Melo, e o geólogo Guy Martini, membro do corpo consultivo da Rede Européia de Geoparks e da Rede Global de Geoparks da Unesco, e perito de avaliação de geoparques aspirantes. Aspirantes - Segundo Theodorovicz, o Geopark Araripe tem jazidas fossilíferas entre as mais antigas do mundo. O sítio é muito especial e preservado. Além disso, a região possui atributos naturais - como chapadas e cachoeiras, ideais para a prática do turismo - e o monumento de Padre Cícero, em Juazeiro do Norte (CE). Além de Araripe, a região do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, pleiteia a chancela de geoparque. A região, conhecida pelas jazidas de minério, tem uma topografia incomum, resposta das rochas aos processos deformacionais ocorridos ao longo da evolução geológica. A região da Bodoquena também busca o enquadramento na categoria de geoparque. Na região, contemplada pela beleza paisagística de destinos como o Pantanal e Bonito, encontra-se o fóssil Corumbella, de 580 milhões de anos. Um exemplo da importância da área. Turismo e compromisso - Para se instituir como geoparque, é necessário que uma região tenha atributos geológicos e paleontológicos extraordinários. A implantação deve contemplar o turismo e desenvolver a economia local e modificar, assim, a realidade sócio-econômica dos habitantes da região. Os geoparques não estão apenas relacionados à existência de rochas e fósseis. O comprometimento local de participação e envolvimento da comunidade na construção e desenvolvimento são questões vitais para o sucesso do geoparque. Clique aqui para se inscrever na mesa de debate "Desenvolvimento Regional: o papel dos Geoparks".
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