Pode-se fazer de maneira profissional ou amadora, com responsabilidade ou leviandade, com inteligência ou sem ela. O bom senso deve estar sempre presente e não esquecer que a virtude será encontrada sempre no meio termo. Os poderes públicos têm que obrigatoriamente ser os grandes articuladores de todos os agentes da sociedade, estimulando investimentos e fornecendo suporte à iniciativa privada, garantindo ambiente propício às atividades sociais culturais e econômicas. Basta de priorizar a continuidade, o protecionismo e o empreguismo, o que se faz necessário são ações para o município, sua população e sua vocação. A Secretaria de Esporte Lazer e Turismo do Estado de São Paulo afirma que os projetos de sinalização turísticas são de responsabilidade do DADE, mas que a Secretaria entrou em contato com a Secretaria de Transportes pedindo um novo projeto de sinalização para a região e só está dependendo de algumas informações, circuitos e roteiros. Pode-se entender que a Secretaria atropelou o DADE é ignorante no que diz respeito ao litoral norte do estado de São Paulo já que não conhece seus circuitos e roteiros. Por ocasião da Segunda Guerra Mundial um general alemão invadiu a França com os mapas do guia Michelin, se é por falta de guias e roteiros sugiro a Secretaria que compre um Guia 4 Rodas onde encontrará ótimos circuitos e roteiros do litoral norte, se houver necessidade posso disponibilizar o meu sem nenhuma contrariedade. Mas o absurdo não se resume ao exposto, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo tramita projeto de lei 1303/2009 com a alcunha de "estrada limpa" que estabelecerá critérios de ordenação de elementos paisagísticos nas rodovias estaduais tendo como relator o deputado Afonso Lobato. No final da pugna quem prevalecerá? A Secretaria, o DADE, o DER, ou o 1303/2009? Mas os citados desconhecem a resolução 160/04 do Conselho Nacional de Trânsito que define e padroniza a sinalização nas vias em todo território nacional; placas de regulamentação, placas de sinalização de advertência, placas especiais de advertência, placas de identificação de rodovias e estradas, placas de orientação de destino, placas de serviços auxiliares, placas de atrativos turísticos, placas para atividades de interesse turístico, áreas de recreação, prática de esporte, atrativos históricos culturais... Assim sendo não é necessário nenhum tipo de projeto porque a coisa já está feita e definida no que diz respeito as placas indicativas (serviço auxiliar - atrativo turístico - atividade de interesse turística). É intrigante e motivo de preocupação a permanência de outras na rodovia que estão completamente fora do padrão da 160/04 CONTRAN servindo outros interesses. A SP-55 precisa mais do que critérios de ordenação de elementos paisagísticos, ela é deficiente em sinalização horizontal, sinalização vertical, refletores noturnos, marcos de quilometragem, belvederes, limpeza de acostamento e policiamento, que o DER faça sua parte, para isso é que existe, para isso é que são pagos. Os estabelecimentos cujas placas indicativas foram arrancadas são de empresários que estão inseridos na parcela produtiva da população, não havendo por isso necessidade do DER agir na calada da noite e com escolta policial. Perdem todos: o turista que não tem nenhum tipo de orientação, o município que continua patinando na tentativa de ser destino turístico padrão, o DER pela forma truculenta e espalhafatosa de agir, a Secretaria de Turismo que não é coerente ágil e operante, as entidades representativas de classes com seu silêncio e toda a população de Ubatuba. É antiga e constante a pergunta, “porque o município de Ubatuba, com toda sua beleza, não é um município próspero e apontado como referência de qualidade turística?” Parte da resposta poderia ser que o município sempre foi assediado por projetos cuja intenção eram beneficiar a todos, mas nunca beneficiaram o município e seus moradores, que nunca tiveram a LIBERDADE de escolher, assim como de assumir a responsabilidade e suportar as conseqüências pela sua escolha. Federais ou estaduais esses "projetos" acorrentaram o município e o condenaram ao empobrecimento. Pessoas sem preparo e conhecimento como aquele secretário da segurança pública que por ocasião da guerra entre polícia e bandidos com ataques a delegacias e quartéis etc, disse: ..."prenderei todos e os mandarei para a ilha Anchieta". O coitadinho achava que o presídio da ilha Anchieta estava operando, poderia ter mandado para Alcatraz. O Núcleo Picinguaba, o Parque Estadual da Ilha Anchieta, o Pier Estadual do Saco da Ribeira e o conjunto de edificações do Porto da cidade, tem sua gestão feita pelo Estado que tem o controle total dessas áreas e nunca apresentou um projeto eficaz para seu funcionamento e defesa, sendo que o pouco que fez foi malfeito e confuso. O resultado de todos os palpites dessa grande quantidade de alienígenas, todos seres de inteligência superior, é que temos mais de 85% da área do município intocável e indisponível para toda e qualquer atividade, seja ela qual for. A Casa da Farinha não pode ser aberta a visitação porque é proibido plantar mandioca. Recentemente tivemos a proibição das mesas, cadeiras e guarda-sóis nas praias, agora temos a APA com suas ARIES e todas suas restrições, mais recente a proibição das placas indicativas e a lei das marinas. O que será proibido na seqüência? Ao se acorrentar o município colocou-se uma mordaça em seus moradores que deveriam estar aos berros exigindo o fim dessas incursões e desses predadores, e com berros mais altos estar exigindo o que é de direito de todos: obras de saneamento básico, segurança pública, saúde pública, estradas, reforma do aeroporto, verbas estaduais e federais para investimentos na área do turismo, e respeito, muito respeito para os moradores desse município. Ezio Pastore Junior pousalag@uol.com.br
|