Arquivo Público de Caraguá |  |
A Colônia Japonesa do Jetuba completa hoje, dia 17 de abril, 61 anos de experiências, dificuldades e conquistas. As primeiras famílias de imigrantes japoneses que fundaram a Colônia de Caraguá vieram de regiões diversas do Japão no início do século 20. Muitas famílias começaram a vida na cidade com a pesca, a criação de mexilhões, e o cultivo de banana, orquídea, gengibre entre outros produtos. Algumas dessas famílias enfrentaram escassez de alimentos, péssimas condições de moradia e de trabalho, assim como os imigrantes europeus. Segundo Yochio Yoshimoto, a maior dificuldade que sua família enfrentou ao chegar em Caraguá, em 1949, foi a adaptação, pois o bairro do Jetuba era um sertão. “Éramos crianças e tudo era muito difícil. Todas as mulheres choravam sempre”, disse Yoshimoto. Mas com o desbravamento do bairro, comandado por seu pai e outros chefes de famílias, a situação se normalizou. Os imigrantes também enfrentaram a cigatota (doença da banana), que pôs fim ao cultivo da bananicultura, e problemas no transporte dos produtos até o porto do bairro Porto Novo, que demorava de oito a nove horas, com sérios problemas na estrada. Os agricultores acabavam perdendo tudo. Após a crise da bananicultura, os imigrantes iniciaram o cultivo de hortaliças (olericultura). Plantaram também pimenta do reino, berinjela, jiló, abobrinha, pimentão, uva e gengibre. Atualmente, a colônia continua com o cultivo de hortaliças e legumes. Para o ex-presidente e agora conselheiro e relações públicas da Associação Cultural, Recreativa e Esportiva de Caraguatatuba (ACREC), Antonio Harada, a maior conquista da colônia hoje é a união dos associados. “Somos uma família com cerca de 60 pessoas, amparamos todos e não temos diferenças entre as pessoas”, disse Harada.
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