O ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal Durval Barbosa negou ontem (30) que pretenda alcançar a posição de herói com as denúncias do suposto esquema de arrecadação e distribuição de propina no governo do DF. À CPI da Codeplan da Câmara Legislativa, Durval afirmou que “o rolo compressor” vai atingir todos os envolvidos no esquema. “Quando me autoincrimino, não quero ser herói. Mas estou querendo me colocar na posição diferente da em que eu estava sendo usado. Se eu contrariei algum interesse específico, não tenho culpa. O rolo compressor vem aí. Nem começou. Quem tiver sua culpa, que assuma”, disse ao rebater uma acusação feita pelo deputado distrital Batista das Cooperativas (PRP). O deputado afirmou que o papel de Durval no governo foi nefasto, após saber que o ex-secretário não responderia a nenhuma pergunta, por estar amparado por um habeas corpus. “Eu não quero tratá-lo e não acho que a sociedade deve tratar o senhor como herói. Repudio inclusive sua presença aqui no sentido de ficar calado. Se tivesse poder para tal, não aceitava decisão judicial”, afirmou Batista das Cooperativas. A sessão da CPI da Codeplan realizada na Superintendência da Polícia Federal durou pouco mais de 35 minutos. Apesar dos apelos dos deputados distritais, o ex-secretário Durval Barbosa recorreu ao direito de permanecer calado concedido pelo desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal Mário Machado. Bastante abatido, Durval apenas declarou que o ex-governador José Roberto Arruda deve explicações à sociedade e que já prestou mais de 40 depoimentos à Polícia Federal. Durval disse ainda que teve coragem de se autoincriminar por não aguentar os “achaques” (acusações infundadas) de Arruda e Paulo Octávio. “Eu tive a iniciativa de me livrar deste mal que estava me corroendo”, disse o ex-secretário. Esta foi a segunda vez que a CPI tentou tomar o depoimento de Durval. “A sociedade está ansiosa para ouvir o ex-governador Arruda, o ex-vice-governador Paulo Octávio, seus assessores, os secretários envolvidos e os deputados envolvidos. Estou sob compromisso não aqui, mas lá fora. E eu não vou quebrar esse compromisso”, disse.
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