Uma vasta população já está largada ao léu e vem aumentando dia-a-dia. Esta será a bomba social que irá explodir muito mais cedo do que imaginávamos. Infelizmente até este momento, nenhuma providência vem sendo tomada para minimizar a catástrofe que se aproxima e que atingirá todos nós. Estou falando dos idosos que cada vez mais passam a necessitar de cuidados e, infelizmente, não têm ninguém para olhá-los. Seus proventos e aposentadorias são consumidos por uma política econômica que só espera que tal parcela da população desapareça, ou melhor, morra o mais rápido possível. Famílias modernas não têm tempo, nem fundos, para cuidar dos seus idosos, não existem profissionais especializados e o governo nunca se preocupou em prever recursos e projetos para eles. O que já estamos percebendo são jovens idosos sexagenários, consumindo seus bens e se desgastando emocionalmente e fisicamente para suprir as necessidades de seus familiares mais velhos, na faixa de 80 a 90 anos. Neste momento ainda existem alguns filhos abnegados e obrigados, por falta de opção, a olhar seus pais. Estes mesmos filhos provavelmente não terão quem olhá-los quando atingirem a idade atual dos seus progenitores. A constituição das famílias mudou muito, já se prevendo um crescimento negativo da população. Por outro lado, o número de idosos vem aumentando exponencialmente, como demonstram várias pesquisas, sendo que nunca existiram tantos octogenários e nonagenários vivos em toda a história da humanidade. O que fazer com esta vasta população carente de cuidados, não só físicos, mas também emocionais? Como suprir suas necessidades específicas? Como abrigá-los? Como motivá-los e entretê-los? O que será dos futuros idosos, ou seja, de nós mesmos quando já não tivermos mais condições de sermos independentes? Infelizmente sou só uma mente pensante e preocupada. Tenho certeza de que se não se iniciar urgentemente uma discussão com sociólogos, psicólogos, médicos, economistas, educadores, empresários e outros profissionais atuantes no mercado, de todos os segmentos da sociedade e com o apoio do governo, esse problema só irá aumentar, numa rapidez muito maior do que qualquer um possa imaginar, atingindo todos nós irrestritamente num futuro bem próximo. Nota do Editor: Nicolau Amaral (nicolau.amaral@nacom.com.br) é empresário da área de Comunicação.
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