O filósofo Ralph Waldo Emerson, certa vez escreveu que "o bom senso é tão raro quanto o gênio". O incrível é que quando algum erro acontece é muito comum o chefe se lamentar com a famosa expressão: - se "fulano" tivesse bom senso isso não teria acontecido! O bom senso é tão raro quanto flores no deserto e, veja a ironia do destino, é no deserto do Chile em um lugar chamado La Serena, um dos raros lugares que tal fenômeno acontece. Serenidade e bom senso são dois artigos raros de encontrar em um só profissional na atual selva corporativa. Bom senso na carreira não é só uma questão de escolha entre o certo ou o errado, o ético o antiético. Bom senso tem a ver com a capacidade de perceber aquilo que realmente pode ajudar o seu cliente e a sua empresa. É incrível, mas quando todos têm a mesma opinião é muito fácil falar que o colega agiu com bom senso. Já as opiniões contraditórias... Perceber o seu cliente, o chefe ou ainda o colega de trabalho é uma questão de organizar e interpretar os dados emitidos é ter um interesse genuíno em resolver os problemas alheios, buscar informações com outras fontes, ser um agente de pesquisa, estar de olhos nos seus resultados e saber dizer em quê exatamente você pode ajudar. Bom senso não é só fazer uso do óbvio, é se esforçar em compreender a visão do cliente interno ou externo, seus sentimentos e ansiedades, por mais que isso seja difícil, é preciso entender o ponto de vista do outro para aprimorar a sua opinião. É abrir mão de querer ganhar todas, de achar que tudo é uma grande competição, de ser o senhor da razão, é se fazer pequeno para se tornar grande. Age com bom senso quem tem uma clara noção dos limites que pode alcançar, conhece as regras do jogo, usa dos meios corretos para promover as mudanças necessárias, tem entusiasmo pelas coisas certas e possíveis, acredita no ser humano como fonte de inovação. Bom senso é saber usar a informação e o conhecimento que se tem da forma certa. Quem não tem uma receita prontinha de como levar uma vida saudável? Mas ainda assim a obesidade aumenta a cada ano, poucos fazem exercícios físicos regularmente ou fazem coisas simples como alimentar-se de forma correta. Saber e não fazer? Cadê o bom senso? Mesmo quando sabemos como e por que fazer ainda assim o bom senso foge de nós, pelo simples fato de que o conceito de bom senso varia de um para o outro. Por isso é preciso não ter medo de interagir, se comunicar, de ouvir atentamente, de demonstrar interesse no próximo. Já que comecei o artigo com uma citação de um filósofo, aproveito para fazer uso de outra frase, dessa vez do escritor e dramaturgo francês Pierre Marivaux que viveu entre os anos de 1688 e 1763 - "é preciso ter muito bom senso para sentir que não temos nenhum." Nota do Editor: Paulo Araújo (www.pauloaraujo.com.br) é escritor e conferencista. Administrador de Empresas, pós-graduado em Marketing e em Gestão pela Qualidade e Produtividade.
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