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Brasil
20/11/2009 - 05h33
Zumbi de Palmares e o Dia da Consciência Negra
Ricardo Barros
 

Hoje, 20, muitas cidades brasileiras comemoram o Dia da Consciência Negra. Essa data não existe por acaso. Em 20 de novembro de 1695, Zumbi, principal liderança do Quilombo dos Palmares - a maior comunidade formada por escravos fugitivos das fazendas no interior de Alagoas - foi morto em uma emboscada na Serra Dois Irmãos, em Pernambuco, após liderar uma resistência que resultou no início da destruição daquela comunidade. Portanto, comemorar o Dia da Consciência Negra nessa data é uma forma de homenagear e manter viva na memória coletiva essa figura tão importante para a história do Brasil e para o povo negro em particular. Não somente a imagem do líder, mas também a sua importância na luta pela libertação da escravidão e na melhoria das condições de vida para esse povo.

Mas, quem foi Zumbi?

Ele teria nascido livre, em Palmares, no interior do estado de Alagoas, no ano de 1655. Capturado, foi entregue a um missionário português quando tinha aproximadamente seis anos de idade. Muito inteligente, Zumbi aprendeu rapidamente português e latim e ajudava o religioso na celebração de suas missas. Apesar dessa iniciação na cultura ocidental européia, Zumbi fugiu e foi morar em Palmares. Logo se tornou conhecido por sua destreza e astúcia, sendo considerado um ótimo estrategista militar.

Em 1678, o governador da Capitania de Pernambuco, exausto do longo conflito com o Quilombo de Palmares, propôs a Ganga Zumba, líder do povoado, uma trégua: todos os escravos seriam considerados livres se aceitassem se submeter à Coroa portuguesa. Ganga Zumba logo aceitou, mas Zumbi rejeitou a proposta do governador e continuou a resistir às investidas contra o Quilombo.

No dia 6 de fevereiro de 1694, após diversas tentativas de destruição do Quilombo, a capital de Palmares foi destruída e Zumbi ferido. Apunhalado numa emboscada organizada pelos bandeirantes resistiu, mas foi morto com 20 guerreiros quase dois anos após a batalha, em 20 de novembro de 1695. Teve a cabeça cortada, salgada e levada ao governador Melo e Castro. Em Recife, a cabeça foi exposta em praça pública, visando desmentir a crença da população sobre a lenda de que Zumbi era imortal.


Nota do Editor: Ricardo Barros é Professor de História do COPI - Colégio Paulista -, Mestre em Educação pela Universidade de São Paulo, Bacharel em História e Licenciado em Pedagogia pela mesma Universidade.

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