Intercâmbio com artistas brasileiros rende painel grafitado na Praça de Eventos
Agnes Arruda |  |
A chuva, que poderia ser um empecilho para a realização de um evento ao ar livre, acabou compondo a atmosfera alternativa da visita que artistas franceses fizeram ao município no último final de semana (24 a 26). Eles vieram para intercâmbio cultural sobre cultura hip hop. Antes de partir, o grupo deixou sua marca na cidade: um grande painel de grafite sob o palco da Praça de Eventos. A pintura foi feita, também, por artistas de São Paulo e de Caraguá. Inicialmente marcada para acontecer na Praça do Caiçara, atrás do Pólo Cultural Adaly Coelho Passos, a intervenção teve que ser transferida de local por causa da chuva. “Embaixo do palco é coberto, mas não deixa de ser urbano e de ter visibilidade do público, ou seja, tem tudo a ver com arte de rua”, comentou a arquiteta da secretaria de Urbanismo, Ana Cristina Dias. Além do painel, os franceses interagiram com os brasileiros também na música, cantando rap. O grupo chegou a Caraguá na sexta-feira (24), quando almoçaram em um bar à beira-mar e seguiram para o horto florestal. A ideia foi, ao apresentar características da região com maior trecho de mata atlântica preservada do Brasil, dar referências das cores, animais e vegetação típicos para a pintura do painel. Por causa do mau tempo, a visita ao bairro Travessão teve que ser cancelada. No sábado (25) as atividades na Praça de Eventos começaram por volta das 13h. Cerca de 15 artistas participaram da pintura, que teve tema livre. Para o francês Adrion Ladmiral, de 27 anos, essa foi uma oportunidade única. “É interessante ver como a arte se desenvolve nos mais diferentes países”, disse. “Percebemos que nós fazemos muitos prédios, postes e fios de eletricidade, enquanto os brasileiros traduzem a exuberância da natureza e dos corpos de seu país”. Ação marca Ano da França no Brasil O intercâmbio de cultura urbana foi comemorativo ao Ano da França no Brasil. Além de Caraguá, o grupo visitou São Paulo e São Sebastião. Nessa semana eles seguem para Fortaleza e Recife. A ideia é levar o debate e a experiência da arte de rua para além dos grandes centros urbanos, além de estimular a troca de informações entre os países participantes. O grafite é considerado uma das formas de comunicação dos grupos urbanos marginais à sociedade. Esse processo é denominado de folkcomunicação, ou comunicação alternativa.
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