Os idosos são responsáveis por grande parcela da contribuição financeira nos lares brasileiros. Pesquisa divulgada ontem (25) pelo banco Bradesco revela que 80% das pessoas entre 55 e 73 anos afirmam sustentar as casas onde vivem contra 19% que afirmam ser sustentadas por parentes. A pesquisa Longevidade Brasil entrevistou cerca 2 mil pessoas das classes A, B e C em seis cidades de todas as regiões do país, com exceção da Região Norte. Também foram realizados grupos focais e pesquisas etnográficas durante os anos de 2008 e 2009. De acordo com o cientista social José Carlos Libânio, responsável pelo estudo, o fato de os idosos serem os principais provedores das famílias está mais evidente na classe C, onde 82% mantêm os lares. Na classe A o percentual é de 80% e na classe B, de 76%. Segundo José Libânio, a aposentadoria nas classes mais baixas é um “dinheiro certo” e “constante”, às vezes, maior que o rendimento anterior ao benefício, adquirido por meio do mercado informal. Por outro lado, nas classes mais abastadas, a aposentadoria representa uma queda da renda, por conta das regras para o pagamento do benefício pelo governo, que corta, por exemplo, as gratificações. “Para as classes mais pobres, o fato de poder contar com uma renda certa e segura, faz toda a diferença. A partir da aposentadoria, a renda se torna constante, o que antes, podia não acontecer”, afirma o pesquisador. “Ao se observar o Nordeste rural, onde estão os bolsões de pobreza mais significativos, o aposentado tem um papel central nas famílias porque é dele que vem o dinheiro fundamental de cada mês”, exemplificou. A pesquisa do Bradesco traça um perfil dos idosos no país, com dados sobre a percepção deles em relação à qualidade de vida, discriminação, e expectativas para o futuro, como o planejamento financeiro. O estudo lembra que até 2050 cerca de 30% dos brasileiros terão mais de 60 anos.
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