Oposição promete ir ao Supremo se CPI da Petrobras não for instalada
Diante do impasse criado pelos partidos da base de apoio ao governo, com a indefinição dos nomes que ocuparão os cargos de presidente e relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras no Senado, os partidos de oposição ameaçaram recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para assegurar a instalação da CPI. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), autor do requerimento de criação da comissão e um dos membros titulares, disse que esperará até a próxima quarta (10) para que a instalação definitiva da CPI ocorra. Se isso não ocorrer, a ideia é recorrer ao Judiciário. “Se houver obstrução [dos governistas], temos que produzir iniciativas de natureza judicial para fazer valer o direito da minoria de instalar a CPI”, afirmou. “Já há jurisprudência. O STF já se manifestou que as CPIs são um direito constitucional das minorias e a maioria não pode cercear esse direito. Vamos fazer valer esse direito”, garantiu Dias. O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), pregou um discursos mais ameno, apostando que a manobra da base aliada do governo para impedir a instalação da CPI da Petrobras prejudica a imagem do governo. “Hoje, ele inventaram um pretexto. Amanhã, eles podem inventar outro. Mas, no terceiro pretexto, todos vão perceber que é um pretexto e ninguém é tolo. Não somos tolos nós nem o povo”, argumentou Guerra. O tucano ainda descartou qualquer possibilidade de acordo com a base do governo no Senado para devolver a relatoria da CPI das organizações não-governamentais (CPI da ONGs) ao senador Inácio Arruda (PCdoB-CE). “As duas CPIs são importantes e o senador Heráclito Fortes [presidente da CPI das ONGs] agiu conforme o regimento. Devemos cuidar de uma e outra [separadamente]”, disse Guerra.
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