O mercado de adaptações literárias para as telonas sempre foi visto como aposta quase certa em Hollywood. Porém, mais que apostas, alguns escritores são garantia de sucesso aos olhos dos produtores cinematográficos. É o caso da inglesa Jane Austen, que já teve seus livros adaptados para o cinema diversas vezes. Recentemente, chegou às prateleiras das locadoras o longa “Amor e Inocência” (2007), estrelado por James McAvoy e Anne Hathaway. Dessa vez, o filme não é baseado nas obras da escritora inglesa, e sim na própria vida de Austen. Em “Amor e Inocência” é possível acompanhar um pouco da trajetória pessoal da considerada pelos críticos literários a segunda mais importante autora da Inglaterra depois de Shakespeare. Nascida em 16 de dezembro de 1775, Austen possui seis livros publicados: Razão e Sensibilidade (1811), Orgulho e Preconceito (1813), Mansfield Park (1814), Emma (1815), Abadia de Northanger (1818) e Persuasão (1818). As obras de Austen sempre tiveram grande receptividade no cinema – a maioria com sucesso de crítica e público, como é o caso de “Orgulho e Preconceito” e “Razão e Sensibilidade”. Segundo Ademir Pascale, escritor e crítico de cinema, estes dois longas são fiéis aos livros. “Os diretores souberam adaptar com perfeição os dois longas-metragens, dando vida às obras devido à excelente escolha dos atores, assim como um roteiro bem trabalhado, fiel figurino, magnífica fotografia e uma boa trilha sonora. Engraçado que ao ler as obras da autora, antes de assistir aos filmes, já imaginava as mesmas cenas e sons apresentados. Um excelente escritor nos faz imaginar; viajar.” Outro longa que também traz as obras de Austen como tema é “O Clube de Leitura de Jane Austen” (2007). Nesse filme, todas as obras da escritora são discutidas por um grupo de pessoas que leem os livros e refletem sobre suas próprias vidas após cada leitura. Segundo Pascale, a reflexão que os textos de Austen provoca não fica só na ficção. “A sensibilidade de Jane é inconfundível. Suas obras são impregnadas de impressões morais”, afirma o escritor. Talvez pela linguagem simples e por sempre abordar temas atuais como o amor e o casamento, os livros tornaram Austen popular e imortal. “As obras de Jane nos trazem alegria e melancolia; na realidade, mais alegria do que melancolia, pois os finais são felizes. Toda boa obra mexe com nossos sentimentos mais íntimos, o que não falta nas desta autora. Acredito que este seja um dos principais motivos das adaptações de suas obras, além do valor pedagógico inestimável, pois aprendemos muito sobre aquela época tão conturbada do ‘dote’, além do preconceito, amor e costumes”, reflete Pascale. Se na ficção a escritora sempre buscou finais felizes, na vida real as coisas não saíram muito bem. Austen não teve seu próprio final feliz – faleceu prematuramente aos 42 anos, e solitária. Para quem nunca leu um livro de Jane Austen ou assistiu a alguma adaptação da escritora no cinema, não há dificuldade em achar os filmes em locadoras e lojas especializadas na venda de DVDs. “Recomendo os filmes ‘O Clube da Leitura de Jane Austen’ e ‘Amor e Inocência’. Este último, considerado pela produtora Miramax, e por mim, a maior história de amor de Jane Austen, a dela própria”, avalia Pascale.
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