O que o fato a quebra do banco “Lehman Brothers” tem a ver com a minha vida?
A globalização acompanhada da integração crescente dos sistemas econômicos e sociais dos países trouxe para os indivíduos a vantagem do amplo acesso a comunicação, isto é, a viabilização de um maior fluxo de informações em um curto período de tempo. Entretanto, esse mundo globalizado ocasiona uma desvantagem, pois quando a economia de um país é atingida, o fato reflete proporcionalmente nas relações que ele estabelece com os demais. Atualmente, o mundo está sofrendo uma ameaça. A bolsa de valores de todos os países está despencando, ações dos Estados Unidos, Japão, França, Espanha, Reino Unido estão em baixa, empresas anunciam demissões, enquanto outras distribuem férias coletivas; o comércio permanece em queda contínua, o que gera falta de rotatividade na economia e conseqüente desemprego e esses resultados anunciam um possível colapso da economia mundial. E questionamentos ficam no ar, como o que fazer para enfrentar esse monstro invisível chamado ’crise’ que para muitos é algo catastrófico, mas para outros é a chance de uma nova oportunidade? E ao mesmo tempo como saber fazer escolhas certas com a atual situação? A volatilidade do mercado está assustando cada vez mais as pessoas, planos estão sendo adiados, gastos cortados, investimentos paralisados, conclusão: fim dos sonhos, acompanhado do medo de esperar por um problema sem saber exatamente o que é, como é, o que vai ser e como reagir diante de um futuro incerto. Segundo a psicoterapeuta e diretora do Instituto de Terapia Avançada AMO, Maura de Albanesi, o medo é um sentimento que desestabiliza a confiança das pessoas e, com isso, o indivíduo perde a segurança do amanhã e começa a minar o seu dia-a-dia com pensamentos negativos, isto é, sofrendo por antecipação o problema de um futuro que ainda é incerto. O medo gera esse efeito dominó na vida das pessoas, exagerando o que há de negativo e transformando o sentimento em realidade. Pois, a ação pessimista dos indivíduos, na qual deixam de viver o presente, sem confiar no processo natural da vida, acarreta uma reação negativa que passa a se materializar no seu cotidiano. Isto é, as pessoas sentem tanto a presença da crise, que ela acaba realmente a fazer parte das suas vidas. Portanto, dica é continuar seu trabalho, suas atividades da melhor maneira possível e aos poucos ir se adaptando com as circunstâncias atuais da vida de cada um, sem alarde antecipado com projeções de possíveis problemas que poderão acontecer ou não. "A ansiedade criada por futuras mudanças provoca o enfraquecimento das pessoas em tempo presente, tornando-as vulneráveis, instáveis e dispersas no foco do problema. O melhor caminho a seguir nesse momento é confiar no seu próprio potencial de trabalho, no fluxo da vida e acreditar que sempre haverá soluções para os problemas. Desta forma, as pessoas não desperdiçam energia pensando no que poderá acontecer e usam toda essa força para fazer acontecer. Entretanto, isto só é possível se o indivíduo estiver totalmente focado no agora", explica a psicoterapeuta. Porém, isso não quer dizer que as pessoas devem fazer de conta que nada está acontecendo. Muito pelo contrário, é a forma indicada de não dar maior proporção ao problema, e sim, traçar um planejamento e segui-lo com confiança e tranqüilidade. Pois, a própria crise oferece um estímulo para sair do comodismo, buscar novas alternativas e exercitar a flexibilidade. Contudo, "se alguém está sofrendo as conseqüências da tão discutida crise, o que resta é buscar soluções usando todo aparato intelectual e bom senso, para que de maneira criativa possa vislumbrar novas oportunidades. Pois, crise nada mais é do que o caminho que se abre para o novo, inusitado e extraordinário. Por isso, a dica é sair do convencional e arriscar-se, confiar na própria capacidade de lidar com conflitos, buscar a força dos talentos pessoais e colocá-la em prática", completa Maura. O grande segredo é viver o presente, ser flexível na resolução das dificuldades quando elas realmente acontecem e estar aberto para adaptar-se a mudanças. Pois, nada é o fim, tudo é apenas um começo.
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