A crise financeira internacional diminuiu, mas não tirou do setor de construção civil a previsão otimista para 2009. O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Paulo Safady Simão, afirmou à Agência Brasil que, a exemplo do ano passado, o setor será o que mais vai crescer em 2009. “Com certeza seremos o setor que mais vai crescer no Brasil. Não será nenhum espanto que alcancemos a marca de 5% em 2009. Ainda que seja menor que os 9,2% que estamos prevendo para 2008, 2009 será um show. Com certeza ajudaremos o Brasil a não cair tanto com a crise e, de quebra, ajudaremos também o país a segurar a taxa de desemprego. Posso dizer seguramente que o nosso setor será priorizado em 2009”, acrescentou. Para justificar o otimismo, Safady cita os investimentos em infra-estrutura anunciados pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. “Para as obras públicas, o ministro anunciou mais R$ 140 bilhões em infra-estrutura. Estamos aguardando para a semana que vem uma nova proposta de habitação de interesse social. O governo fala de 1 milhão de novas unidades. Mesmo não atingindo essa marca, sabemos que será um número muito grande”. O presidente da Cbic reforça os argumentos, lembrando que as obras de mobilidade urbana previstas para ajudar na infra-estrutura da Copa do Mundo de 2014 também ajudarão a aquecer o setor. “Elas provavelmente virão em maio, o que significa, já no segundo trimestre, mais investimentos e melhores condições para a contratação de mão-de-obra”. Apesar de o Ministério do Trabalho ter divulgado que a construção civil demitiu 82 mil trabalhadores, Safady garantiu que o setor bateu todos os recordes de admissões em 2008. “Há que se levar em conta o número de admissões. Como qualquer setor, nós também demitimos, mas ninguém contratou tanto quanto o nosso setor, que gera mais de 1,85 milhão de empregos diretos. O saldo de 2008 foi de 260 mil contratações. Poderíamos chegar a quase 350 mil, caso não tivéssemos demitido ninguém”, explicou. Segundo o empresário, os indicadores apontam que a questão do emprego já está estabilizada na construção civil e a situação deve continuar estável até o fim de 2010.
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