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A Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) que, desde o princípio, endossa a pesquisa e o desenvolvimento dos organismos geneticamente modificados (OGMs), acredita que não há muito o que comemorar com a entrada em vigor, em 31 de março, do decreto 4680-03, que obriga a rotulagem dos produtos que contenham acima de 1% de transgênicos e é válido para quaisquer alimentos e ingredientes alimentares destinados ao consumo humano ou animal. Segundo o Dr. Edson Vilardi Credidio, diretor da entidade que reúne nutrólogos de todo o País, "a informação correta sobre a composição de nutrientes, sobre a presença de microorganismos patógenos ou mesmo do nível de resíduo de agrotóxicos nos produtos é muito mais relevante do que o aviso de porcentagem de ingredientes transgênicos. O consumidor deve ter livre escolha na hora de consumir um alimento sob todos os pontos de vista, enfatiza o médico. Os consumidores brasileiros que forem aos supermercados nos próximos dias deverão encontrar várias embalagens com um símbolo "T", em destaque dentro de um triângulo amarelo, o que significa que o produto contém acima de 1% de organismos geneticamente modificados (OGMs) em sua composição. Na opinião da Abran, esse "T" mais confunde e assusta do que informa. "A própria cor amarela e o triângulo já são sinônimo de perigo, que não existe no consumo de transgênicos, segundo resultado de inúmeras avaliações de segurança validadas por entidades respeitadas, como a Organização Mundial da Saúde, da ONU, e o FDA, dos Estados Unidos", opina o Dr. Credidio. "Acredito que não houve muita propriedade na escolha desse simbolismo, que deveria mais informar do que alarmar o consumidor", ressalta ele. Os médicos nutrólogos afirmam ter a obrigação de esclarecer o consumidor, tanto com relação aos transgênicos quanto a qualquer outro nutriente ou composto químico dos alimentos. A segurança dos transgênicos é defendida fortemente pela ABRAN, a qual questiona até que ponto se falam dos verdadeiros riscos inerentes aos alimentos decorrentes da falta de higiene e cuidados com armazenamento de alimentos em nosso país. "O assunto merece reflexão e debate urgentes", completa o Dr. Credidio.
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