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Brasil
06/01/2009 - 15h02
Hora oficial brasileira é reajustada em um segundo
Agência FAPESP
 

No último dia do ano, exatamente às 21 horas, observatórios astronômicos do mundo que contam com relógio atômico acrescentaram um segundo na Hora Padrão do Brasil.

A decisão foi tomada pelo Bureau Internacional de Pesos e Medidas (BIPM), que funciona na França e é responsável pelo ajuste dos tempos padrão e atômico internacionais. No Brasil, quem participa dessa atividade é o Observatório Nacional (ON), no Rio de Janeiro (RJ), responsável pela hora oficial no país.

O ajuste é necessário para corrigir uma diferença entre os relógios atômicos e o tempo astronômico, gerado pela rotação da Terra.

"Existem duas escalas de tempo, o tempo universal, que se baseia na rotação do planeta, e o tempo universal coordenado, que tem como referencial o relógio atômico. Sempre que ocorrem flutuações na rotação da Terra e o movimento acumula uma diferença superior a um segundo, essa fração precisa ser corrigida com a inserção de um segundo intercalado, daí a necessidade do ajuste", explicou o chefe da Divisão da Hora Legal do ON, Ricardo José de Carvalho.

O primeiro relógio atômico foi construído em 1949 no Estados Unidos. Em 1955, no Reino Unido, Louis Essen desenvolveu uma versão inovadora fundamentada na transição do átomo de césio 133. O feito do físico levou a uma definição internacionalmente aceita sobre o segundo baseado no tempo atômico.

No Brasil, o primeiro relógio atômico foi instalado em 1969, sendo que o primeiro ajuste ocorreu três anos depois. Até hoje foram feitos no país 23 correções horárias. "O elemento do relógio atômico brasileiro é o átomo de césio 133. Mas existem outros relógios atômicos como os de hidrogênio e o de rubídio", disse Carvalho.

Sem a correção nos relógios atômicos alguns serviços seriam prejudicados, como a navegação com o Sistema de Posicionamento Global (GPS) e a internet. Além disso, a posição dos planetas não seria conhecida com exatidão para que as sondas espaciais e espaçonaves fossem lançadas e monitoradas. Em 2011, o relógio atômico brasileiro sofrerá um novo ajuste.

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