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Arte e Cultura
10/12/2008 - 16h08
Celebração da cultura negra
Leonardo Brant - Cultura e Mercado
 

Adriana Barbosa criou e coordena a Feira Preta (www.feirapreta.com.br), uma das mais tradicionais festas da cultura negra brasileira, que chega à sua sétima edição dias 13 e 14 de dezembro, das 12h às 22h, no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo.

Reconhecida por unir música, dança, moda, culinária, literatura, cinema e outros elementos da cultura negra em um só local, a Feira recebeu nos últimos seis anos mais de 57 mil visitantes. Em 2008, a expectativa é de que cerca de 16 mil pessoas acompanhem as atividades.

O tema desse ano é “Qual o espaço da cultura negra hoje?”, com especial participação feminina na programação. Artistas plásticas, escritoras, cineastas, religiosas, estilistas e dançarinas, entre outras representantes artísticas, estarão reunidas para celebrar a cultura afro-brasileira em homenagem à mulher negra.

O público será convidado a se expressar em oficinas, bate-papo, desfiles e manifestações culturais. Na Passarela do Povo, os visitantes é quem vão ditar as tendências da moda, desfilando com roupas e estilos de penteado próprios. No Palco Alternativo, o espaço estará livre para experiências sonoras e artistas independentes. E no Púlpito da Preta, o microfone ficará aberto para expressão de idéias.

Outra novidade é que, pela primeira vez, a FEIRA PRETA terá uma série de palestras sobre empreendedorismo, ligadas ao Programa Qualifica, promovido pela Pretamultimídia, empresa realizadora da Feira. A iniciativa estabelece uma ponte entre setores da iniciativa privada (como empresários e banqueiros) e produtores de artesanato, na intenção de melhorar técnicas de produção, venda e administração e aprimorar o trabalho de empreendedores negros ou que trabalham com produtos voltados para esse segmento étnico.

Acompanhe a entrevista concedia a Cultura e Mercado:

Leonardo Brant - O que é a Feira Preta?

Adriana Barbosa - Feira Preta é um encontro da diversidade cultural, cujo objetivo é promover o diálogo inter-racial, a partir da cultura negra. No formato de um festival a Feira Preta reúne inúmeros representantes da cultura afro-brasileira e dezenas de empreendedores e artistas de diversas regiões do Brasil. Hoje, a Feira Preta é definida como um movimento cultural, apresentando novos talentos e tendências nas áreas de moda e comportamento, e reunindo a vanguarda da produção cultural negra brasileira, de artistas literários, cineastas, estilistas e músicos em um grande festival. A Feira Preta reúne públicos diversos - negros e não negros - em torno da celebração da diversidade através da cultura. Suas atrações formam um repertório focado na literatura, artes plásticas, fotografia, música, dança, moda, cinema, empreendedorismo e política, que contempla o universo das crianças, adolescentes, adultos e a melhor idade. Todas as atividades do Movimento Cultural Feira Preta, convergem para o projeto Pílula de Cultura. Ao constatarmos que era preciso estimular a reflexão sobre “qual é o espaço da cultura negra hoje?” - pergunta geradora deste projeto. As Pílulas de Cultura é um projeto inovador para o segmento, pois possibilita mapear, registrar, e salvaguardar as expressões da cultura negra popular, além de incentivar a formação de redes sociais e culturais de troca e de circulação de idéias e projetos relativos ao universo da cultura afro. Também o fortalecimento da rede social, ambiente virtual que proporciona a fruição de informação, compartilhamento de idéias criativas, intercâmbio de coletivos artísticos, divulgação dos produtos culturais. Todos esses elementos citados geram reflexões, assim como conteúdo para as Pílulas. O que era somente uma participação virtual se torna participação presencial. A opinião do público é de extrema importância, pois o visitante participa ativamente na escolha da programação. Através de um canal de relacionamento estreito - as comunidades virtuais - são constantemente animadas, com postagens de blogs, fotos, vídeos, poesias pelos artistas, juntamente com aplicação de pesquisas com o intuito de aproximar e comprometer o público com o sucesso do evento, pois tudo o que acontece durante a Pílula é feito para que eles contemplem, interajam, e saiam do evento transformados por um dia repleto de informação sobre suas histórias. Ou seja, o conteúdo que for gerado as discussões, fóruns e reflexões servirá de base para a escolha dos artistas que se apresentará na programação do evento. Há ainda a Preta Qualifica. Em fase de implementação, pretende proporcionar aos artesãos e empreendedores a capacitação técnica e gerencial voltada para atender as exigências do mercado, por meio de cursos, workshop e palestras, de forma a potencializar sua capacidade de geração de renda.

LB - O que precisa ser feito no Brasil em termos de valorização da cultura afro-brasileira?

AB - Conhecimento e informação: Ainda conhecemos muito pouco sobre a influência do negro na cultura do nosso país. Com o conhecimento e difusão da história e da cultura afro-brasileira, a cultura seria mais divulgada e a partir daí com maiores chances de preservação.

A cultura e formação do povo brasileiro, tem que reconhecer e legitimar a sua Identidade só assim é possível se consolidar. E não podemos esquecer que as relações étnicas-raciais tendem a melhorar a partir do momento a sociedade civil, compreenda que as dificuldades dos povos negros, nesse sentido não é só um problema dos negros, mas sim de toda a sociedade brasileira.

A obrigatoriedade do ensino da história da afro-brasileira surge como uma vitória dos movimentos negros, para a valorização de identidades e de afirmação de igualdades, e a escola é o local mais apropriado para essa discussão.

LB - As indústrias culturais são caminhos interessantes para a afirmação da cultura afro-brasileira e para a inserção econômica dos afro-descendentes?

AB - Com certeza eu até acredito que as mudanças tem acontecido por conta da indústria cultural que tem despertado, para as inúmeras iniciativas em empreendedoras e culturais despontadas nas comunidades periféricas do Brasil.

Ainda hoje é difícil se falar em empreendedorismo na comunidade negra, o que se percebe bastante é a presença do mercado econômico presente na cultura negra. Vale destacar os Blocos Afros de Salvador que movimenta o turismo na época de carnaval. Outro exemplo é o nicho de Hip Hop, que faz circular um monte de dinheiro, por meio da moda, do comportamento, da música. Infelizmente existem poucas publicações e pesquisas que mensure o crescimento econômico no segmento cultural negro.

LB - Nesses 7 anos, o que mudou nas políticas públicas para a cultura afro-brasileira?

AB - Hoje é possível observar que existem algumas iniciativas de políticas públicas com o recorte racial. Seria impossível pensar alguns anos atrás, o Brasil ter uma Secretaria Especial de Promoção a Igualdade Racial, com orçamento e poder para articular entre os outros ministérios.

A Fundação Palmares que completou 20 anos esse ano é outra conquista, e pode ainda auxiliar o fomento de editais específicos a cultura negra, no Ministério da Cultura.

Mas acredito que uma forma concreta de desenvolver políticas públicas e ação seria propor ao governo cursos de qualificação dos trabalhadores culturais afro descendentes, através das Universidades Estaduais e Federais, além de intervenções sociais que visam desenvolver os afro-brasileiros, combatendo o racismo com atos concretos e positivos unindo diferentes setores da sociedade para elevar a possibilidade da população de origem africana participar do desenvolvimento do Brasil com os próprios meios, e sua própria cultura.

LB - Quais os diferenciais da Feira Preta em 2008 e quais os planos de futuro?

AB - A Feira Preta 2008 está mais interativa, o público passa ser o protagonista da programação e co-responsável pelo sucesso do evento.

Interatividade é uma das palavras-chave nesse ano, com o público sendo convidado a se expressar em oficinas, bate-papo, desfiles e manifestações culturais. Na Passarela do Povo, os visitantes é que vão ditar as tendências da moda, desfilando com roupas e estilos de penteado próprios. No Palco Alternativo, o espaço estará livre para experiências sonoras e artistas independentes. E no Púlpito da Preta, o microfone ficará aberto para expressão de idéias.

Buscando aprofundar a reflexão e discussão sobre empreendedorismo, pela primeira vez a FEIRA PRETA trará uma série de palestras sobre o tema, ligadas ao Programa Qualifica, promovido pela Pretamultimídia. A idéia é dar subsídios no que diz respeito a técnicas de produção, venda e administração e ao aprimoramento do trabalho de empreendedores negros ou que trabalham com produtos voltados para esse segmento étnico, além de criar uma ponte com grandes empresários.

Em 2009, o sonho antigo é montar o espaço cultural fixo Feira Preta, onde o público que comparece ao evento uma vez ao ano, possa ter acesso aos artistas e expositores durante o ano todo.

Feira Cultural Preta 2008
www.feirapreta.com.br
13 e 14/12/2008
Palácio das Convenções - Anhembi - São Paulo - SP
Das 12h às 22h
Entrada: R$ 10,00

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