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Brasil
23/11/2008 - 10h01
Empresas já sentem efeitos da crise na demanda
Sabrina Craide - ABr
 

Além dos efeitos na concessão de crédito, a crise financeira internacional também está gerando redução da demanda na economia brasileira. Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que 71% das empresas consultadas dizem que seus investimentos foram afetados pela crise e 57% estão revendo suas projeções de vendas para 2009.

De acordo com o gerente executivo de Pesquisa, Avaliação e Desenvolvimento da CNI, Renato da Fonseca, a redução da demanda já era prevista para ocorrer depois da redução do crédito, mas ela veio mais rápido do que se imaginava.

“O que surpreendeu foi a rapidez com que a redução da demanda aconteceu. Isso ocorreu principalmente por causa das expectativas: as pessoas e as empresas se assustaram, então todo mundo está dando um tempo para ver o que vai acontecer antes de decidir pelas compras”, disse Fonseca, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.

Segundo ele, os setores mais afetados pela crise são os exportadores de commodities e os que dependem muito de financiamento, como a indústria automobilística.

Nos Estados Unidos, as três maiores montadoras do país – General Motors, Ford e Chrysler aguardam a aprovação de um pacote de resgate de US$ 25 bilhões no Congresso, prometido para ser votado até o dia 2 de dezembro.

Aqui no Brasil, a GM divulgou uma mensagem institucional na qual afirma que, apesar de sentir as conseqüências da crise financeira norte-americana, a sede brasileira da empresa vai manter todos os investimentos programados para o país até 2012, como a construção da nova fábrica de motores em Joinville (SC) e o lançamento de um novo veículo que será produzido em São José dos Campos (SP).

A Ford divulgou no início do mês o balanço do terceiro trimestre do ano, que mostra um prejuízo líquido de US$ 129 milhões. A companhia também anunciou ações para reduzir custos e aumentar o resultado bruto da empresa, como a redução de 10% nos custos com pessoal e redução nos gastos de capital, manufatura, tecnologia da informação e na publicidade.

“As ações são para permitir que a Ford continue a implementar a seu plano de transformação de produtos, apesar da fragilidade continuada no mercado automotivo global e o ambiente econômico”, diz o comunicado da empresa.

No entanto, na América do Sul a Ford diz que registrou um lucro de US$ 480 milhões, comparado aos US$ 386 milhões de um ano atrás. A assessoria de imprensa diz que a empresa está evitando comentar os problemas enfrentados pela montadora nos Estados Unidos, para que a repercussão não cause impacto na confiança dos consumidores brasileiros.

A Chrysler não retornou o pedido de entrevista da Agência Brasil.

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