Segundo estudo do Instituto Acende Brasil, o consumo clandestino de energia elétrica causa prejuízo de R$ 5 bilhões às concessionárias brasileiras. Mas o prejuízo não é causado apenas pelos “gatos”. O estudo mostra ainda que os consumidores que não pagam suas contas de luz geram mais R$ 1 bilhão de prejuízo para as distribuidoras. O serviço público, por exemplo, tem índice de inadimplência quatro vezes superior ao dos consumidores residenciais, industriais e comerciais. Quem acaba sofrendo com os aumentos de tarifa gerados pelo consumo clandestino, ou ainda pelo não pago, são os consumidores que mantém suas contas de luz em dia. “Não podemos deixar que o consumidor honesto pague uma conta que não lhe pertence. A distribuição de energia e a taxa cobrada pelas distribuidoras devem ser respeitadas igualmente por todos os clientes”, diz Carlos Reis, presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo. A energia elétrica roubada nacionalmente representa uma média de 5% do total adquirido pelas distribuidoras para atender aos consumidores. No Piauí encontra-se o nível mais crítico de consumo irregular, com índice superior a 25%. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) tem trabalhado no sentido de estabelecer marcos, objetivando a divisão dos prejuízos entre consumidores e distribuidoras de energia. No entanto, com o ritmo lento das discussões, muitas vezes a agência acaba impondo às distribuidoras metas artificiais de redução dos furtos de energia e da inadimplência. Essas metas, muitas vezes, são conflitantes com a realidade das áreas atendidas. “Essas decisões acabam apenas por mascarar o problema e não resolvem as reais necessidades para que tenhamos o fim desses furtos de energia das concessionárias”, completa o sindicalista.
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