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O ministro das Cidades, Olívio Dutra, assinou nesta quarta-feira (22) portaria que cria o "Programa Brasileiro de Mobilidade por Bicicleta". A solenidade aconteceu ao ar livre entre os blocos A e B da Esplanada dos Ministérios e fez parte da 4ª Jornada na Cidade sem Carro. O objetivo do programa é estimular governos municipais a implantar sistemas cicloviários, favorecendo a utilização da bicicleta como meio de transporte nos deslocamentos urbanos em todo o país. Serão destinados R$ 62 milhões para a implantação das ciclovias no país. Esses recursos são provenientes de duas fontes: Orçamento Geral da União (OGU) e de financiamentos aos municípios. Para fazer parte do programa, as prefeituras deverão apresentar projetos que se integrem ao sistema de transporte urbano, facilitando a mobilidade das pessoas. O lançamento do programa do Ministério das Cidades acontece no dia e que em todo o mundo se comemora "Na Cidade Sem Meu Carro". No Brasil, são 60 cidades envolvidas na campanha, que propõe que as pessoas deixem o carro em casa evitando engarrafamentos, danos ao meio ambiente e ao patrimônio público. Acompanhado da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o ministro Olívio Dutra inaugurou dois bicicletários - um no prédio dos ministérios das Cidades e dos Transportes e outro no prédio dos ministérios da Cultura e Meio Ambiente. Para dar o exemplo, Olívio chegou ao ministério de bicicleta e a ministra Marina chegou à solenidade de ônibus. Presidente de ONG pede respeito a ciclistas A presidente da organização não-governamental Rodas da Paz, Beth Veloso, disse que embora o número de bicicletas hoje no Brasil chegue aos 45 milhões, não há respeito algum para com o ciclista. "A bicicleta é um veículo de excelência em um país pobre como o Brasil, sendo o meio de transporte mais utilizado nas pequenas cidades. O problema é que nas grandes cidades ele não é respeitado porque a disputa pelo espaço viário é cada vez mais intensa e o motorista se acha o dono da rua", afirmou. A presidente da ONG denunciou o que chama de "ditadura do automóvel". Afirmou que esse veículo "pode mais nas ruas", além de ser "o objeto de desejo da sociedade capitalista" e o "símbolo de status e de poder". Em sua opinião, "quem usa a bicicleta é o pobre, é um cidadão de segunda categoria, que não tem voz e não sabe dos direitos dele". Para reverter esse quadro, ela propõe uma mudança de cultura. "A gente acha que está tentando mudar um paradigma de respeito ao ciclista, como o respeito à faixa de pedestre, onde houve uma mudança comportamental". A bicicleta, defende Beth Veloso, não é um problema para o trânsito. "Ela é a solução, porque é um carro a menos na pista, como é solução para os engarrafamentos e para esse trânsito que um dia vai parar".
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