O Banco Central fez ontem (24) quatro intervenções no mercado, com o objetivo de conter o aumento do dólar. A moeda norte-americana começou o dia em alta, e chegou a valer R$ 2,35 às 11h, em decorrência das notícias de depressão econômica na Inglaterra, onde o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) teve queda de 0,5% no terceiro trimestre do ano. Foi a primeira retração do PIB daquele país, desde o segundo trimestre de 1992. Em sua primeira intervenção, ainda pela manhã, o BC vendeu dólares no mercado à vista. Caso em que as divisas saem das reservas internacionais, mas a autoridade monetária não revela os números. Em seguida, o BC realizou dois leilões de swap cambial, que é a troca do rendimento em juros pela oscilação do dólar. Nas duas intervenções, o departamento de Operações do Mercado Aberto do BC vendeu contratos com resgate futuro no valor de US$ 2,458 bilhões. Esses movimentos foram suficientes para derrubar a cotação do dólar, num primeiro momento, para R$ 2,29. Mas as especulações sobre depressão nas principais economias (Estados Unidos, Europa e Japão) tomaram vulto com as más notícias vindas de fora e estimularam novo processo de alta na cotação da moeda norte-americana, que às 15h30 chegou a R$ 2,32. Isso fez com que, momentos antes do encerramento do pregão, o BC fizesse mais um leilão de venda direta no mercado à vista. Apesar desse esforço da autoridade monetária, a cotação do dólar avançou mais um pouco e fechou o dia valendo R$ 2,327 para venda, com evolução de 0,95% sobre a cotação da véspera. Com o movimento de ontem, a desvalorização do real na semana é de 10%, no mês chega a 19,98% e no acumulado do ano perde 31% em relação ao dólar.
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