No encontro com as entidades ambientalistas e os candidatos ao cargo de prefeito um acontecimento marcou uma constante nesse tipo de evento. A característica de protesto é uma marca dos eventos ambientalistas. Muitas coisas ainda faltam para alcançarmos a dignidade da causa ao nível das plataformas de governos, infelizmente isso é uma realidade. É comum nos encontros que vemos promovidos na Alemanha, Noruega, Dinamarca sempre haver algo inusitado acontecendo. Lá é normal alguém totalmente nu sair correndo pelo auditório ou alguém jogar uma torta na cara do alvo do protesto e assim por diante. No encontro da Itamambuca se o protesto fosse feito com o autor correndo nu pelo salão, seria um verdadeiro atentado e uma torta está muito cara para a gente ficar desperdiçando. Mas um simples pedaço de papel contendo um alerta provocou um verdadeiro furacão no evento, um dos alvos, os queimadores de dinheiro com fogos de artifício estava presente, e perdeu completamente a elegância exigindo satisfações dos outros candidatos, do autor e, reclamando com veemência um pretenso direito de resposta. Claro que o direito de resposta não cabia, e não foi dado, o que provocou a retirada de toda equipe do candidato. Donde se conclui que ele realmente mereceu a forma e o local do protesto. Fosse um político, reconheceria o erro apontado e pediria desculpas ao público pelo transtorno que provocou. Fosse um estadista jamais faria ouvidos moucos para as reclamações anteriormente encaminhadas, mas como ele é um gerente de estatal de licença remunerada para almejar o cargo de prefeito, tentou ganhar no grito um direito que não tinha e se retirou, dispensando inclusive, as eventuais solidariedades.
Nota do Editor: Carlos Augusto Rizzo mora em Ubatuba desde 1980, sendo marceneiro e escritor. Como escritor, publicou "Vocabulário Tupi-guarani", "O Falar Caiçara" em parceria com João Barreto e "Checklist to Birdwatching". Montou uma pequena editora que vem publicando suas obras e as de outros autores.
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