Jonas D Abronzo

Não resisti, fiz questão de tirar uma foto ao lado desta expressão maior da tecnologia da informática. Afinal não devemos perder as oportunidades que o futuro nos dá. O futuro que estou falando é o hoje, o passado está lá na época em que esta magnífica peça era utilizada.

Mesmo assim não me sinto um dinossauro, pelo contrário, sinto-me feliz por viver nesta singular época da humanidade. Lembro-me de quando morava no interior de São Paulo. Para uma simples ligação telefônica se fazia o pedido com uma semana de antecedência. No dia marcado, íamos todos falar aos berros naqueles telefones em caixas de madeira fixadas na parede. Dia desses um amigo me lembrou do térreo do prédio da Cia Telefônica (naquela época usava-se o circunflexo) na rua Sete de Abril, a maior central telefônica na maior capital da América Latina, havia filas para o pedido de ligações interurbanas, havia filas de espera para completar a chamada que nos dirigia a uma das dezenas de cabines para nos comunicar com os parentes do interior. Sou da época das novelas no rádio, acompanhadas por toda a família ao pé daqueles imensos móveis em caviúna que acomodavam a “moderna” tecnologia do HI-FI. Hoje um celular no bolso, além de ligar para qualquer parte do mundo, conecta na internet e recebe imagens em tempo real das olimpíadas da China.

Meu primeiro contato com computadores é da época desta maravilhosa peça ao meu lado na foto. Um poderosíssimo “disco rígido” de computador!! Com a incrível capacidade de armazenar inimagináveis 2,5 Mb de informações!!

Quarenta anos separam este disco do meu pen-drive de 8 Gb. Faço as contas: Carrego no bolso 3200 discos deste que estou tentando abraçar. Três mil e duzentos desses discos ocupam um terreno de 1700 metros quadrados. Os 3200 discos empilhados produziriam uma torre de 160 metros de altura. Sem contar que uma simples foto em JPEG tirada com ISO 250 ou 300 de resolução, que resulta num arquivo 3 Mb, não caberia no disco da foto. Olho para o pente de memória da máquina fotográfica que armazena 350 fotos de 3 Mb e tento imaginar como seria fotografar usando aquela tecnologia com o pente pesando 760 quilos!

Não me sinto um dinossauro. Vejo esses jovens nascidos informáticos se vangloriando de toda tecnologia que usam do mesmo jeito que nos vangloriávamos daquela tecnologia desse imenso disco e me ponho a imaginar, daqui a quanto tempo eles vão se rir do mundo de hoje?

Mesmo com meus 54 anos não me sinto ultrapassado como se sentia meu pai na época dele, vejo meu filho de 12 anos se rindo do tijolo que é o meu primeiro celular Motorola de 14 anos atrás. A tecnologia caminha rápido e não existe distância no tempo, vivemos todos os dias no passado, no presente e no futuro. Falta ao homem aprender que ele é a soma dos erros e acertos passados e que depende de nós todas as possibilidades de um futuro limpo e saudável.