As mudanças na sociedade fazem com que surjam novos modelos nas relações familiares e, nesse contexto, a figura masculina na família tem se tornado mais participativa. São pais que viveram na geração passada, em que seus próprios pais atuavam somente como provedor, sem expressar sentimentos e apresentando-se como uma figura que deveria ser respeitada e admirada: um pai distante, menos participativo e mais rígido quanto aos seus sentimentos. Hoje, vemos estes modelos de pais se modificarem. Os pais estão na praça jogando bola ou com seus filhos no colo, fazem comida junto com os filhos e interagem, fazendo parte do contexto familiar. Uma das formas de interação são as brincadeiras, em que o pai participa, dialoga e educa, criando uma relação em que o homem participa da vida de seus filhos sem que sua figura seja depreciada. Os filhos precisam de pais presentes, que dêem o suporte emocional para poderem aprender a enfrentar a vida com mais sabedoria e, por isso, a figura masculina é necessária e não passa despercebida na vida de qualquer ser humano. Seja pai verdadeiro ou pai idealizado na figura de um avô, de um tio, de um padrasto, de um amigo, sua presença cria na memória da criança um modelo para ter como referência em sua aprendizagem. Esta construção é uma realidade na nossa sociedade atual, diante dos novos modelos de família com pais separados, mães solteiras, filhos morando com avós e novos casamentos. O pai atual é o que compartilha, que cobra lições, que dá bronca na hora certa, que ensina, que demonstra preocupações, que verbaliza seus sentimentos. É aquele que mostra que não precisa ser um super–homem, nem um carrasco, nem um ditador, mas alguém forte que acolhe, que escuta e que participa. Este novo modelo que surge vem quebrar os padrões de uma figura que se construiu ao longo dos anos em nossas memórias. O pai moderno cria uma relação que antes era impossível, construindo a figura de um ser humano mais aberto às trocas de experiências. Mostrando sua sensibilidade percebe que expressar seus sentimentos com o coração aberto cria um lar mais aconchegante, mais participativo e menos autoritário. E essa liberdade para demonstrar sentimentos torna o filho mais preparado para a vida. Estas imagens vêm se ampliando, o homem está mudando com as experiências adquiridas. Quem ainda está no padrão rígido de uma figura autoritária e inacessível e sente que o momento atual precisa de um novo contexto precisa reestruturar–se para acompanhar as mudanças da vida. Nota do Editor: Tânia Evelise Eichholz é psicóloga da Clínica Contato.
|