Li com atenção e respeito o texto “A solidão de um paraíso” de Antonio Epifânio, velho amigo de brigas e conquistas. Entendo a revolta e sou solidário à luta pela sobrevivência imposta aos pescadores, não entendo e não concordo que para isso haja necessidade de se extinguir (acabar) o “pato d’água” (sic) ou biguá. O cormorão ou biguá é uma espécie nativa e ocorre em todo território brasileiro e se hoje em Ubatuba o vemos em quantidades absurdas sua infestação deve-se ao desequilíbrio que o homem impôs ao ambiente. Antes de exterminá-lo devemos pensar qual foi o erro, que nós humanos cometemos, e que permitiu esta desequilibrada infestação. Simplesmente exterminá-lo não irá resolver o desequilíbrio que permitiu sua infestação. As aves são as primeiras sinalizadoras do uso dado ao ambiente. Humanamente não condiz com a luta pela vida impor o extermínio de qualquer espécie, assim, peço ao Antonio Epifânio que, com bom senso e humanismo, reveja sua sugestão e nos ofereça outra alternativa que não seja a morte de uma espécie inocente na degradação imposta pelo homem.
Nota do Editor: Carlos Augusto Rizzo mora em Ubatuba desde 1980, sendo marceneiro e escritor. Como escritor, publicou "Vocabulário Tupi-guarani", "O Falar Caiçara" em parceria com João Barreto e "Checklist to Birdwatching". Montou uma pequena editora que vem publicando suas obras e as de outros autores.
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