Maio é o mês de entrega dos boletins em muitas escolas do País. Esse momento pode ser marcado por muita ansiedade, tanto para os estudantes como para os pais, gerando, por vezes, desnecessários conflitos. Se o filho tira notas boas, tudo vai bem, mas, se não, o que fazer? Brigar com o filho, dar castigos ou apoiá-lo nas suas dificuldades, procurando estabelecer parceria com a escola? "Independente do que retrata o boletim, nesse momento é oportuno que se faça uma análise do desempenho escolar apresentado, e que se aproveite para ajudar o filho a se conscientizar de seus compromissos e responsabilidades como estudante", afirma Quézia Bombonatto, psicopedagoga presidente da ABPp, Associação Brasileira de Psicopedgogia. Segundo ela, o bom desempenho deve ser valorizado para que o aluno continue correspondendo às expectativas. Se o resultado estiver aquém do esperado, pais e filhos precisam encontrar, por meio de um diálogo franco, o caminho que deve ser percorrido para vencer as barreiras. Algumas instituições de ensino utilizam estratégias para tornar esse o processo de avaliação e entrega de boletim algo tranqüilo, tanto para os alunos como para as famílias. Na Escola Castanheiras, em São Paulo, os estudantes do 6º ano do ensino fundamental recebem, no início do trimestre, um Plano de Estudos para cada disciplina. O texto expõe os objetivos de aprendizagem e as formas de avaliação. "O plano de estudos pretende mostrar que a responsabilidade não é só do professor e que ele deve desenvolver uma forma cada vez mais autônoma de estudo, sendo ativo no processo de aprender", diz Celina Fernandes, coordenadora pedagógica. Outra ferramenta que a escola disponibiliza ao aluno é a Orientação de Estudo, cujo objetivo específico é auxiliá-lo na preparação para as provas, e mostrar, na prática, como pode obter a almejada autonomia. A escola tem uma proposta de análise contínua do processo de aprendizagem do aluno. "Realizamos uma avaliação diagnóstica no começo do ano em todas as disciplinas para que o professor possa traçar estratégias que favoreçam o aprendizado dos alunos da sua turma", conta. Caso o desempenho do estudante não atinja o nível desejado ao longo do trimestre, ele será convocado para a recuperação, mas, antes disso, a família recebe um verdadeiro dossiê do aluno, que contém as notas, as provas, registros avaliativos, auto-avaliação e também um espaço para que os pais coloquem suas observações. A coordenação, por sua vez, marca reuniões com os pais dos alunos cujo desempenho acadêmico inspira mais cuidados. "As famílias se sentem acolhidas, diminuindo a ansiedade e eventuais conflitos", acrescenta.
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