| Carlos Rizzo | | | | Falcão-de-coleira, Falco femoralis. |
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Rapinar é o ato ou efeito de subtrair ou roubar algo ou alguma coisa usando de violência. No caso das aves de rapina a violência deve-se à surpresa e à eficiência dos ataques. As aves de rapina possuem características e habilidades próprias para atingir os seus objetivos. Proporção do corpo com as asas, desenho das asas a lhes permitir o planeio e o ataque, desenho das penas a lhes proporcionar o silencio no vôo de aproximação, garras, bicos e olhos. Tudo desenvolvido para a extrema eficiência na rapinagem. Aves de rapina é um termo genérico para designar várias famílias de aves, falcões, gaviões, águias, abutres, corujas e aves marinhas como as gaivotas. Algumas são seletivas, comem somente a carne recente da presa abatida e outras preferem a carne putrefata de animais mortos. Mesmo entre os falconídeos o cardápio é bem variado entre as diversas espécies, indo de insetos até mamíferos de médio porte, incluindo peixes (águia pescadora) e caramujos (gavião-caramujeiro) esta espécie desenvolveu o bico recurvo para não perder nada de dentro do seu molusco preferido. Os falcões estão entre as aves mais rápidas do mundo, o recorde é do falcão-peregrino que atinge 270 km/h num mergulho em busca da sua presa, este outro falcão da foto, tive a oportunidade de observar em plena atividade, ele estava caçando as andorinhas em uma área aberta e parecia um senhor dos ares. Pousado analisava tudo no entorno, quando saia voando, dava uma volta e de repente, um mergulho! E mais uma andorinha abatida. Fiquei impressionado com a precisão dos mergulhos. As andorinhas que costumam descansar no fio de eletricidade sumiram como por encanto. Tenho uma foto onde se pode contar quase 300 andorinhas pousadas. Neste domingo não se via nenhuma. Aterrorizadas elas estavam escondidas pousadas e bem quietas no meio das árvores. Por incrível que possa parecer algumas aves constroem seus ninhos ao lado dos ninhos dos falcões e nunca são atacadas por eles. Os ovos não entram no cardápio das aves de rapina, mas as aves predadoras de ninhos (tucanos, por exemplo) nem pensam em fazer parte do cardápio desses eficientes caçadores.
Nota do Editor: Carlos Augusto Rizzo mora em Ubatuba desde 1980, sendo marceneiro e escritor. Como escritor, publicou "Vocabulário Tupi-guarani", "O Falar Caiçara" em parceria com João Barreto e "Checklist to Birdwatching". Montou uma pequena editora que vem publicando suas obras e as de outros autores.
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