Os problemas ambientais, como a preocupação com a água, as florestas e o ar que respiramos, são assuntos constantes no noticiário mundial. O desafio é conseguir conscientizar as pessoas, de todas as idades, a fazer cada um a sua parte. E como fazer as crianças e adolescentes se preocuparem com o tema desde cedo? Essa preocupação faz as escolas trabalharem a pauta em projetos e ações, transformando a preocupação com a questão ambiental em cultura escolar. Na Escola Viva, localizada na zona sul de São Paulo (SP), o trabalho com sucatas é desenvolvido com as crianças a partir dos três anos, por meio de atividades que envolvem imaginação, pesquisa, estudo, criação e reflexão. Os pequenos trazem sucatas de casa. O material é primeiramente trabalhado em atividades em sala de aula e depois, quando não será mais usado, depositado nos latões de coleta seletiva disponíveis na escola para serem reaproveitados por outras pessoas. Ou seja, a criança aprende que o material que sua mãe jogaria fora, como garrafas pets vazias, nem sempre é lixo, pois foi usada por ela para um trabalho escolar e ainda pode ser reutilizável através da reciclagem. Um segundo passo é estudar e pesquisar os materiais que constituem as sucatas. No Colégio Global, na zona oeste da Capital, alunos do 9º ano, participam de oficinas temáticas em laboratório e aprendem os processos e conceitos que envolvem o tratamento de água. As oficinas acontecerão em abril e serão dadas por um técnico da Sabesp. Segundo a diretora pedagógica do Global, Eliana de Barros Santos, o envolvimento dos alunos com as questões ambientais é bem antiga. "Há anos fazemos a nossa parte com a coleta seletiva de lixo, o reaproveitamento de sucatas e um trabalho constante na área de preservação ambiental. As oficinas complementam uma filosofia já existente, contribuindo na formação do sujeito crítico e reforçando os conceitos da disciplina de química - Misturas homogêneas, heterogêneas, decantação e filtração". Na escola Stance Dual, na região central, a questão ambiental é tratada como tema transversal e faz parte do currículo. Segundo a coordenadora, o foco de trabalho passa por questões relacionadas aos elementos físicos e biológicos e ao modo como o homem interage com a natureza. Vale destacar que tal conteúdo não se detém apenas às ciências, mas percorre em espiral diversas áreas do conhecimento. "Nosso compromisso está na construção do conhecimento com base nos conceitos científicos. Além disso, nossa meta é trabalhar com a formação de valores e atitudes, formando cidadãos conscientes e comprometidos. Os alunos devem ser multiplicadores capazes de atuar além dos muros da escola", diz Débora Regina Pires Moreira, coordenadora de projetos da Agenda 21 da escola.
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