Entro no escritório de minha casa. Junto com uma mistura de sons - Tv ligada, o som nas alturas e o computador com quatro telas abertas - minha filha "estudando"... Não sei qual é a propriedade dos cérebros atuais que conseguem concomitantemente, com tantos estímulos, absorver alguma coisa nesta cacofonia de sons e apelos visuais. Parece que os jovens já nascem com as teclas na mão. Em um minuto jorram respostas, conversam com várias pessoas ao mesmo tempo, em diferentes idiomas, tendo uma atenção difusa e rápida a cada segundo. "Mundo fast" - rapidíssimo por sinal. As respostas são para ontem. Quando você encontra algum jovem não é raro se despedirem falando: "fui", no passado mesmo. Colocando o momento seguinte já em ação e seu contato já fazendo parte do passado. A internet em geral é a área em que os filhos são os "sábios" e que muitas vezes ensinam os truques aos pais. Quando sento em frente à máquina de minha casa, tenho a sensação que sou um "baterista" que tem que ao mesmo tempo dominar o pé, as duas baquetas e o prato em um ritmo adequado para acompanhar a banda!! Admiro meu pai que com 84 anos senta no computador e tenta aprender e se relacionar com esta nova e misteriosa máquina. (E pensar que quando ele nasceu o carro era uma raridade em SP; o avião um veículo ainda em desenvolvimento, a Tv não existia, o fax, telefone celular demorariam muitas décadas ainda para acontecer). Enfim, temos que nos adaptar. É uma realidade já instalada em nossas vidas. Essa "ciência" está presente em diversos aspectos de nossa realidade e a escola também não a deixa para trás. É o conhecimento disponibilizado para ajudar a entender melhor nosso mundo, enriquecendo nossa experiência de vida, nos levando ao futuro. Nota do Editor: Angelina Brandão é psicopedagoga da Escola Prima Montessori de São Paulo.
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