A criação de um local para debates de idéias entre grupos de temas comuns será uma das novidades já definidas para o Fórum Social Mundial (FSM), que voltará a ser realizado em Porto Alegre, de 26 a 31 de janeiro de 2005. Os organizadores acreditam que há a necessidade de um espaço, que reúna os grupos de trabalho, num determinado horário do dia, para a troca de informações sobre o andamento das rodadas de cada tema em debate. Um novo mapa também está sendo articulado para facilitar as discussões diversas com a escolha de locais mais concentrados na região central e nas proximidades da orla do Guaíba. Em 2003, grande parte das apresentações e eventos ocorreu no campus da Pontíficia Universidade Católica (PUC), distante de outros pólos vinculados ao encontro. Após ter a sua única edição realizada fora da capital gaúcha, em Mumbai, na Índia, este ano, o FSM retorna ao local de origem no ano que vem. A primeira rodada de discussões aconteceu semana passada em São Paulo. Os organizadores pretendem que ele seja mais vigoroso e com um público superior ao realizado no Brasil em 2003, quando a participação estimada foi de 130 mil pessoas, com expressiva presença de estrangeiros. Querem, também, transformá-lo em um instrumento mais útil para as mudanças desejadas pela maioria da sociedade organizada. Planejam, ainda, reforçar os fóruns regionais, transformando-os em eventos multiplicadores que consigam ampliar a participação de povos excluídos. Já existem pelo menos onze temas iniciais propostos: Economias Soberanas Pelos Povos e Para os Povos e Contra o Capitalismo Neoliberal; Paz e Desmilitarização, Luta contra a Guerra, Contra o Livre Comércio e Contra a Dívida; a Defesa das Diversidades, da pluralidade e das identidades; Lutas Sociais e Alternativas Democráticas Contra a Dominação Neoliberal; Direitos Humanos e Dignidade Para um Mundo Justo e Igualitário e Construção de Culturas de Resistências dos Povos. Durante toda a semana passada, os comitês de organização do FSM estiveram reunidos, em São Paulo, para tratar da organização do evento. Entre os que compareceram ao longo da semana, estava a cineasta Madhusree Dutta, ativista da organização indiana Majlis. Ela comentou que a realização do quarto fórum em seu país trouxe efeitos positivos como, reunir diferentes castas sociais da Índia. Para Madhusree, as discussões em torno dos problemas dos excluídos colaborou para a derrota eleitoral do governo do primeiro-ministro Atal Behari Vejpayee , do partido Bharatiya Janata (BJ), nas últimas eleições.
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