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As comemorações deste ano do Dia Nacional de Combate ao Fumo terão a população jovem como principal alvo. Neste domingo, a data, criada em 1986, será lembrada pela 13ª vez, e é possível que jovens que tenham nascido no primeiro ano de comemoração comecem a fumar agora. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), 90% dos fumantes adultos ficam dependentes da nicotina entre os cinco e os 19 anos de idade. Atualmente, existem no país 2,8 milhões de fumantes nessa faixa etária. Dentro dessa estatística está a jornalista Cristiane Ximenes, que começou a fumar com 14 anos. A influência das amigas foi preponderante para o início do hábito. "Eu me lembro que comecei a fumar em festas, com amigas. A gente saía, ia para boates, festas, elas fumavam de brincadeira e eu comecei a fumar de brincadeira também. Acabei gostando e fumo até hoje", afirma Cristiane, que tem 21 anos e fuma de cinco a seis cigarros por dia. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já considera o tabagismo como uma doença pediátrica em expansão, pois a idade média mundial da iniciação no cigarro é 15 anos. Segundo a OMS, a cada ano cerca de 100 mil adolescentes começam a fumar, 80% moradores de países em desenvolvimento. "O jovem é a prioridade da indústria tabagista. Por isso, o Ministério da Saúde enfoca o jovem por ele ser esse alvo principal da indústria. Eles são muito mais pressionados pelos fabricantes e pelo apelo da propaganda e toda essa imagem subliminar que o tabaco passa de poder, liberdade, beleza, sucesso, dinheiro", explica a técnica de controle do tabagismo do INCA, Vera Colombo. Neste ano, o INCA lança o slogan - "Fumar é gol contra!", reforçando o tema do Dia Mundial sem Tabaco, comemorado em maio, cujo tema foi "Tabaco e Pobreza: um círculo vicioso". Segundo a OMS, o consumo de tabaco no mundo é apontado como um fator agravante da pobreza, da fome e da desnutrição, o que amplia a desigualdade entre pobres e ricos.
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