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COLUNISTA
Carlos Rizzo
02/02/2008 - 12h22
Pequenos assassinatos, grandes tragédias
 
 
 
Carlos Rizzo 
  Pardal.

Algumas estatísticas chegam a assustar. Um recente estudo sobre o impacto dos animais domésticos nos ambientes naturais debitou a cada gato o abate anual de até mil animais entre ratos, lagartixas, borboletas e aves. O mesmo estudo estima que somente na Inglaterra os gatos domésticos matam, por ano, pelo menos 57 milhões de mamíferos, 27 milhões de aves e 5 milhões de répteis e anfíbios. São números impressionantes, que infelizmente não estão longe da realidade. Para ilustrar basta lembrar o caso de uma espécie de pássaro que foi totalmente extinta pela ação de um único gato numa das ilhas da Indonésia.

Se muitos números servem somente para estudos científicos e em nada motivam a maioria das pessoas que mantém gatos em suas casas, é bom lembrar de todos os outros "matadouros" que o homem constrói nas cidades.

A foto aqui apresentada não exige tantas palavras, basta olhar que o pardal vitimou-se no arame colocado acima do alambrado, muito "azar". Bastou um único fio. Imagine quantas aves morrem ao se chocarem na imensa área dos alambrados. Imagine quantas aves morrem nas fiações da rede elétrica? Imagine quantas aves morrem ao se chocarem com nossas vidraças. Você sabia que as paredes brancas confundem o vôo das aves? Imagine quantas aves se chocam nas centenas de milhões de paredes brancas por este Brasil afora.

Não é o caso de fazer campanha contra os animais domésticos, mas sim o motivo e a oportunidade de pensarmos o que cada um de nós pode fazer para aliviar as estatísticas. Muitas vezes são medidas simples como plantar trepadeiras nos alambrados, mudar a cor das paredes externas, colocar adesivos nas vidraças, ter a posse responsável dos animais domésticos, participar dos programas de castração de animais e jamais abandonar uma ninhada caso ela aconteça.

Pequenas atitudes que podemos começar desde já.

Por último, se você ainda não se convenceu da sua parte, clique aqui para ler a história da ave extinta por um único gato.


Nota do Editor: Carlos Augusto Rizzo mora em Ubatuba desde 1980, sendo marceneiro e escritor. Como escritor, publicou "Vocabulário Tupi-guarani", "O Falar Caiçara" em parceria com João Barreto e "Checklist to Birdwatching". Montou uma pequena editora que vem publicando suas obras e as de outros autores.
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