Você não precisa ser milionário para ir a Suíça e passar bem. O país oferece uma rede de hotéis para quem gosta de ficar em lugares incríveis e baratos. O turista pode escolher entre um castelo medieval, casas históricas ou obras primas da arquitetura. Acomodações exclusivas a baixos preços provou ser uma combinação interessante para a Associação de Albergues Suíços. Os preços começam em SFr. 20. - (cerca de US$ 15) por noite e meia pensão sai quase sempre por menos de SFr. 40. - (cerca de US$ 30). Por esses valores é possível conseguir uma cama em um castelo medieval, em um prédio do séc. XVII, em uma villa Belle Époque ou em uma mansão de 500 anos. Os cenários são especiais, assim como as acomodações: ao lado de cataratas, às margens dos lagos, no meio de cidades antigas, ou nas montanhas. Na rede dos albergues da juventude suíços, prédios históricos foram transformados em albergues e pensões por todo o país, incluindo o Castelo de Rotberg. Construído pela família de mesmo nome em cerca de 1200, nos últimos 70 anos tem servido como albergue e tem mais de 80 camas. Em Schaffhausen, o casarão do século 18 conhecido como Schaffhausen Hostel tem vista para as Cataratas do Reno e foi imortalizado no livro de 1914 de Herman Hesse, Rosshalde. Soluthurn, localizada há 90 km de Zurique, converteu, há nove anos atrás, a Casa de Comércio e Tradição em uma charmosa hospedaria no centro antigo da cidade. Para os esquiadores em Leysin há a opção de ocupar uma das 36 camas do albergue Hiking Sheep, que foi construído no século 19 e está apenas alguns minutos do ski lift da estação. No Riviera Lodge, em Vevey, que também é do séc. XIX, a localização é perfeita: às margens do Lago Genebra. Foi completamente renovado em 1997 e acomoda até 60 pessoas. Senhores de Rotberg Mas nem tudo é glamour no mundo das hospedarias. Pelo menos para quem cuida delas. O atual dono do Castelo de Rotberg, Thomas Kraemer afirma em alto e bom som enquanto mexe um cremoso molho de tomate e fica de olho em um pequeno recipiente com pesto: "Sou o rei deste castelo, rei da cozinha e rei dos banheiros, porque uma das minhas tarefas é limpá-los também" diz em tom de brincadeira. "Minha mulher e eu temos que fazer tudo aqui, até mesmo a contabilidade". A família Kraemer começou a tomar conta do castelo há três anos atrás. O castelo abriga mais 80 pessoas e geralmente é tomado por excursões escolares, viajantes independentes e também aqueles que querem passar uma noite como rei. Situado a 15 km a sudoeste de Basel, na região das montanhas Jura, foi construído pela família Rotberg no séc. XIII, que de lá administrava suas terras feudais durante pouco menos de 100 anos, até que se mudaram para um lugar mais confortável na cidade da Basiléia. O que se seguiu foram séculos de negligência e pilhagem. A restauração e transformação em um albergue aconteceu, finalmente, na década de 30. "Infelizmente, nenhuma planta ou registro do castelo original foi poupado. A reconstrução se deu a base de muita imaginação" explica a mulher de Thomas, Corina Kraemer. Aos jovens desempregados da Basiléia, coube a tarefa de transformar o castelo em ruínas em um charmoso albergue com um toque medieval. À nova decoração foram adicionadas portas pesadas ornadas com círculos de ferro fundido, antigas armas e escudos para conferir dignidade aos aposentos do rei e também foi instalado um moderno sistema de aquecimento central para um conforto maior. "Na verdade, foi reconstruído já para ser um albergue, o que o torna romântico, porém prático" resume Corina, que opera um pequeno bondinho usado para transportar alimentos e bagagens para a estrada que fica abaixo do castelo. Há uma grande densidade de castelos antigos nas proximidades do Jura. Do castelo de Rotberg é possível avistar as fabulosas ruínas de Landskron, que estão logo do outro lado da fronteira com a França. E no meio está o monastério de Mariastein - uma jóia neo-barroca instalada sobre um barranco e uma das principais atrações da região. Bem na época que os senhores de Rotberg estavam se escapando para Basel, um milagre aconteceu no monastério - um garoto saiu com vida de uma queda vertiginosa - o que fez com que a região se tornasse um local de peregrinos. O monastério e o castelo são independentes, sendo que o primeiro atrai cerca de 150 mil peregrinos por ano e o segundo atrai aqueles em busca de uma experiência medieval. "Nós costumávamos viver em um pequeno apartamento e nunca sonhamos em viver em um castelo, mas agora que estamos aqui não me imagino vivendo em nenhum outro lugar", diz Thomas. "Às vezes eu ficava assustada durante os primeiros anos que viemos para cá" fala Corina, "quando havia só nós dois nos nossos aposentos no castelo olhando aquela grande torre. Eu não queria ir até lá de jeito nenhum, mas agora eu me sinto em casa" completam os senhores do castelo. Para informações e reservas: www.sjh.ch (Albergues da Juventude na Suíça) e www.swissbackpackers.ch.
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