O presidente Nicanor Duarte Frutos tenta convencer o Brasil e a Argentina a ampliarem ao Paraguai o acordo que fizeram há 15 dias, quando os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Néstor Kirchner uniram forças para negociar suas dívidas externas com os organismos internacionais de crédito. Os maiores credores do Paraguai hoje são os bancos internacionais - Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Banco Mundial - e os governos de Taiwan, Espanha e Japão. Os parceiros de Mercosul, Brasil e Argentina, não fazem parte da lista de principais credores. No total, a dívida externa paraguaia chega a US$ 2,4 bilhões. A do Brasil está em aproximadamente US$ 238 bilhões e a da Argentina ultrapassa os US$ 170 bilhões. "Vamos iniciar uma séria negociação da dívida, cujo pagamento nos impede de investir no desenvolvimento social e humano do Paraguai", disse Duarte ao inaugurar um assentamento de sem-tetos no subúrbio de Assunção. Oito meses depois de assumir o mandato, ele é acusado pela oposição de ter aumentado a dívida. O presidente argumenta que desde então já pagou US$ 90 milhões, a troco de manter a confiabilidade do país. O embaixador do Paraguai no Brasil, Luis González Arias, negou que haja, da parte do Paraguai, a intenção de declarar moratória aos compromissos internacionais. "Isso está fora de cogitação. O que o presidente quer é participar do acordo firmado entre os presidentes Lula e Kirchner de negociar as dívidas em conjunto, afinal somos também parte do Mercosul", defendeu o diplomata. González Arias diz não saber a atual situação das negociações com os dois vizinhos, já que o pedido de inclusão do Paraguai nas negociações com a banca internacional ainda é uma novidade.
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