Bispo recomeça greve de fome em protesto contra transposição do São Francisco
O bispo da Diocese de Barra (BA) Dom Frei Luiz Flávio Cappio retomou dia 27 pela manhã a greve de fome como protesto à transposição do Rio São Francisco. O ato teve início às 11 horas na cidade de Sobradinho (BA), onde o bispo deve permanecer. O primeiro jejum ocorreu há pouco mais de dois anos, quando Dom Frei Cappio passou 11 dias em greve de fome na cidade de Cabrobó (PE). Entre os argumentos para reiniciar o protesto está o compromisso firmado pelo bispo com o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. O acordo, feito em outubro de 2005, previa a abertura, por parte do governo, para diálogo com a sociedade civil sobre alternativas para o desenvolvimento sustentável do semi-árido brasileiro. Dom Frei Cappio anunciou o novo jejum por meio de uma carta, entregue ao presidente Lula por Dom Tomáz Balduíno, em Brasília. “O senhor não cumpriu sua palavra. O senhor não honrou o nosso compromisso. Enganou a mim e a toda a sociedade brasileira”, afirma Cappio, na carta. O bispo garante que já existem propostas concretas para garantir o abastecimento de água para toda a população do semi-árido, por meio de ações previstas no Atlas do Nordeste, apresentadas pela Agência Nacional de Águas (ANA), além de ações desenvolvidas pela Articulação do Semi-Árido (ASA). Cappio destacou também que, em fevereiro deste ano, protocolou um documento solicitando a reabertura e a continuidade do diálogo com o governo. Em resposta, afirmou, recebeu a notícia do início das obras de transposição pelo Exército. A condição proposta pelo bispo para suspender a greve de fome é a retirada do Exército do eixo norte e leste da região do Rio São Francisco. Ele pede ainda o arquivamento definitivo do projeto de transposição.
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