Foi assim que René Cardoso se expressou quando viu o desafio de fotografar as pernas da Dacnis nigripes. René é o nosso guia bilíngüe e tem experiência em vários lugares do Brasil. Minha amiga de longa data, a Fatinha, do ATI da PMU, já lascou um “isto é quase impossível para quem não é observador, para quem não entra no meio do mato!” E explicando para ela que não era nada impossível é que me veio a necessidade de escrever este artigo. Primeiro ponto, não é nada impossível para nós simples observadores ou amantes das aves conseguir uma fotografia da saíra-azul-da-perna-preta. Elas vivem acompanhando as saíra-militar, aquela com o pescoço vermelho, então ela freqüenta comedouros de frutas. Não está lá no meio do mato, não se precisa adentrar em trilhas e riscos. Inúmeras pessoas usam ter para as aves comedouros de frutas em casa. Se você não tem na sua casa tenho a certeza que você tem um amigo que tem este atrativo na casa dele. Uma câmara fotográfica todo mundo tem, seja sua ou que pode ser emprestada, só resta pesquisar, perguntar aos amigos, observar os comedouros, observar as fotos que tem em casa, não é nada difícil que você já tenha fotografado e não tenha se atentado. Então gente? Vamos ver as pernas dela?
Nota do Editor: Carlos Augusto Rizzo mora em Ubatuba desde 1980, sendo marceneiro e escritor. Como escritor, publicou "Vocabulário Tupi-guarani", "O Falar Caiçara" em parceria com João Barreto e "Checklist to Birdwatching". Montou uma pequena editora que vem publicando suas obras e as de outros autores.
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