A navegação turística em nosso país, seja marítima ou fluvial, foi tema de diversos estudos, como o Plano de Turismo da Amazônia - 1977 -, destacando os Estados do Amazonas e Pará que, além da Enasa - Empresa de Navegação da Amazônia, contavam com 400 empresas de navegação, sugerindo roteiros à Ilha do Marajó e Iquitos no Peru. Em 71, o "Roteiro para um Plano Turístico no Estado do Pará" incentivava o investimento em "boatel" (barco-hotel) para a estação de pesca e caça, a instalação de portos nas principais cidades ribeirinhas e delineando roteiros como Mosquiero-Sourê, do Tocantins, do Xingu-Tapajós, do Baixo Amazonas, do Madeira, do Purus-Acre, do Rio Branco e Solimões a Iquitos. No "Programa de Integração Turística do Vale do São Francisco" - Minas Gerais - de 77, são enfocados o lago de Três Marias, a cidade de Pirapora e a navegação no São Francisco e suas atrações ribeirinhas. No estudo "Mercados Turísticos Concorrentes" - Rio Grande do Sul - de 70, são citados os roteiros hidroviários do Estado. No Planpetur - Primeiro Plano Pernambucano de Turismo, de 78, é realçado o Programa de Incremento à Utilização de Transportes Turísticos, ponderando a necessidade de ações e melhoria do transporte fluvial na região sanfranciscana. Na década de 80, a Saitecin ganha o Top de Marketing, pela campanha do Navarino - cruzeiros marítimos. A criação foi da Agência de Propaganda Demasi Comunicações. A Bahia, através do "Plano Diretor da Orla Marítima de Porto Seguro a Santa Cruz de Cabrália", tenciona incrementar o "Porto de Navegação de Lazer", com 50 vagas para embarcações de até 14 metros com calado de 2,3 metros em maré baixa. Em 1989, o II Encomar - Seminário Internacional para o Desenvolvimento de Marinas em Angra dos Reis, discute a problemática e as perspectivas do setor em nosso país. Em folheto do ano de 76, a Cesp - Centrais Elétricas do Estado de São Paulo, dedica espaço à navegação fluvial no rio Tietê e, quase uma década após, a Secretaria de Turismo do Estado enfatiza em estudo o aproveitamento turístico das áreas ribeirinhas. Saindo dos planos, encontramos passeios como o da eclusa de Barra Bonita, a navegação em trecho do rio Paraná na altura de Presidente Epitácio, os encantos da Ilha de Paquetá, à Ilha Grande, a poesia da travessia entre São Luis e Alcântara. Se recordar é viver, cito a embarcação do Departamento Hidroviário do governo de São Paulo, no trecho de Cananéia SP à Paranaguá/PR, os passeios pela orla de Santos/SP e muitas outras iniciativas que, por diversos motivos, estão ou foram paralisadas nos últimos tempos. O assunto merece, pela sua complexidade e importância, a devida atenção dos especialistas, técnicos, legislativo e executivo em todos os níveis, entidades, associações, sindicatos, objetivando levantar problemas, sinalizar investimentos, obras e equipamentos, despertar e instigar os mercados potenciais e a aglutinação dos interessados incrementando o setor. O básico há em abundância, embora faltem portos, atracadouros, assoreamento, sinalização noturna, radiocomunicações entre outros. Básico também é a integração do setor de agilizar deslocamentos. Navegar é preciso. Nota do Editor: Otavio Demasi (odtur@ig.com.br) é Jornalista e Consultor em Turismo.
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